Muito temos falado sobre servir, colocando que a nossa única e principal tarefa como ser humano é servir aos outros. No entanto, logo após falarmos isso, automaticamente nos questionamos acerca dos limites desse serviço. Teríamos nós que servir o tempo todo ao outro independente da nossa vontade? Seria o serviço entregue gratuitamente, uma forma de ajuda real para quem recebe o serviço? Como decidir o que realmente fazer e o que não fazer? A seguir pretendemos esclarecer todas essas perguntas, muito difíceis de serem respondidas. Se é que conseguiremos deixar claro…
QUAL O SEU SERVIÇO?
Lembrando que nós nunca conseguiremos servir ao mundo tentado satisfazê-lo, a primeira questão que devemos responder, é aquela que diz respeito ao nosso serviço. Antes de procurar servir a todos em tudo o que eles precisam, precisamos compreender qual é o serviço daquele determinado papel que estamos interpretando. Qual é o seu serviço no papel de pai? Qual é o seu serviço no papel de empresário? Qual é o seu serviço no papel de ser humano? No livro Minha Autobiografia Espiritual, Dalai-Lama se expõe como ser humano, monge budista e chefe de estado. Papéis que ele admite como sendo seus principais. Você sabe quais são seus papéis principais?
NOSSO PAPEL DE PAIS
Quando se é pai ou mãe, você vive um dilema diário para definir até onde vai seu serviço. Isto porque se deixarmos, nossos filhos exigirão cada vez mais de nós para servi-los em suas superficialidades. Um sorvete aqui, um computador novo ali, um brinquedo da moda acolá, enfim, superficialidades que, se satisfeitas, estarão educando mal nosso ente tão amado. Como pais, somos forçados a refletir a todo o momento sobre os diversos “SIM” e “NÃO” da vida. A educação de nossos filhos depende desse equilíbrio entre o “SIM” e o “NÃO”, para posicioná-los da melhor forma no caminho de desenvolvimento pessoal que eles possuem pela frente.
NOSSO PAPEL DE FORNECEDOR
Outro forte dilema que vivemos é quando estamos na posição de fornecedor. Seja como empregado em uma empresa ou empresário à frente de um negócio. Como empregados ou empresários, deveremos encontrar o equilíbrio entre SIM e NÃO para poder servir bem a quem nos contratou. Se um cliente contrata a empresa X que trabalha especializada em produzir tampas de garrafa e pede para fazer a garrafa inteira, faz uso da sua posição de cliente. É o fornecedor que deverá investigar dentro do seu serviço se pode ou não atender aquele cliente.
A REFLEXÃO E O PENSAMENTO DE LONGO PRAZO
Praticando a tarefa diária de responder qual é o seu serviço, você consegue chegar próximo daquilo que é realmente o seu serviço. Sabendo dele, você conseguirá refletir, sobre as suas ações diárias, para aperfeiçoar o seu próprio conhecimento a respeito de si. O pensamento de longo prazo mais uma vez entra em cena. É pensando desta forma, que decidimos se vamos dizer “SIM” ou “NÃO” ao nosso filho ou ao nosso cliente. A confusão que se forma em torno da palavra serviço, é que não a compreendemos como o equilíbrio entre o “SIM” e “NÃO” e sim como sinônimo da palavra dar.
Devemos dar para receber, compreender para sermos compreendidos. Porém nem sempre o dar que a outra pessoa deseja, é o dar que você pode dar. Imagine se te pedem ajuda na rua para carregar uma bolsa de supermercado e você sofre de fortes dores na coluna. O que você faz? Serve a pessoa? Claro que sim, mas talvez não a ajude da maneira como ela deseja. Por causa da sua dor na coluna, você não carrega as bolsas, mas encontra outra pessoa na rua que possa ajudar a carregá-las. Por esse simples exemplo, podemos enxergar que houve o serviço e que nem sempre o serviço que a pessoa espera receber é aquele que você pode ou deve dar.
Os limites do servir então estão ligados ao seu equilíbrio de agir, fazendo refletir suas ações sobre o serviço que só você tem a capacidade de fazer. Todos nós possuímos talentos dentro de nós, mesmo aqueles que ainda não descobriram quais são. Quando eles afloram, precisam servir ao mundo da maneira correta, para fazer valer a sua missão pessoal. Se você faz tudo para seus filhos, amigos, clientes e fornecedores, você acaba não servindo bem aos seus talentos. E são para eles que você vive. São para os nossos talentos que devemos dedicar nossas ações.
O resto, simplesmente acontece.
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