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Sebrae leva inovação para mais de 55 mil empresas em 2011


ca enio pinto

Ênio Pinto: queremos que a MPE se sensibilize de que a inovação é inexorável: ou inova, ou está fora do mercado

O Sebrae ajudou 55 mil empresas a inovarem em 2011 por meio dos programas e ações de desenvolvidos pela Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia (UAIT). A informação é do gerente da UAIT, Ênio Pinto, que conversou com a equipe do blog Faça Diferente nesta semana.

“O ano de 2011 foi muito feliz. A nossa meta era atender, com soluções de inovação e tecnologia, um total de 30 mil empresas, mas atendemos mais de 55 mil empresas. Chegamos perto de fazer 200% da meta. Ao longo do ano foi muito grande o engajamento do Sistema Sebrae e a própria sensibilização do nosso time quanto à importância do tema inovação. Colocamos muita energia nisso, estruturamos os times e adotamos uma bandeira de superação e chegamos longe.”, comemorou Ênio Pinto.

Os dois principais programas de promoção do acesso à inovação pela micro e pequena empresa (MPE) foram o Sebraetec e o Agente Local de Inovação (ALI). O gerente da UAIT explica que a estratégia do Sebrae foi disponibilizar, por meio do ALI, soluções para a MPE inovar e, através do Sebraetec, cobrir parte gastos com melhorias e implementação de novidades.

“Esta é a nossa estratégia: formulamos o que não está pronto e disponível na rede de ciência e tecnologia, disponibilizamos através do ALI e custeamos por meio do Sebraetec.”, explica Ênio.

Confira o bate-papo na íntegra e saiba o que o Sebrae fez em 2011 pela inovação na empresa de pequeno porte:

Qual o desafio do Sebrae na promoção da inovação na pequena empresa?
O grande desafio é desmistificar, deselitizar um pouco a temática inovação. A pequena empresa se sente um pouco assustada em relação a esses conceitos. Queremos é que a MPE se sensibilize de que, hoje, a inovação é uma questão inexorável: ou você inova, ou está fora do mercado.

Estando sensibilizada, a pequena empresa deve começar a acessar e internalizar a inovação, ou seja, colocar esse conceito dentro da rotina da empresa a fim de estabelecer uma cultura da inovação, que deve estar em cada ação, momento, produto e relacionamento com o cliente.

O que o Sebrae tem feito para que a micro e pequena empresa inove?
O Sebrae tem dois grandes programas: o Sebraetec e o Agente Local de Inovação. O Sebraetec tem justamente esta missão de aproximar a pequena empresa que demanda inovação e conhecimento tecnológico das sociedades de ciência e tecnologia, dos fornecedores de serviços tecnológicos.

Essas duas pontas naturalmente não se encontram. A pequena empresa não consegue detalhar exatamente o que ela precisa, qual é a sua demanda em relação à inovação. Isso ainda não está claro para o negócio de pequeno porte, que ainda tem dificuldade de se relacionar com os institutos de tecnologia, pois não falam a mesma língua. Os centros de pesquisa não desenvolvem, por sua vez, produtos customizados e não praticam preços acessíveis para as pequenas empresas.

O Sebraetec entra aí como moderador/facilitador, como uma ferramenta de aproximação. Então, esta é a grande proposta: a gente ouve a pequena empresa, interpreta a demanda, orienta ela em relação a sua demanda e identifica quem poderia atende-la. Levamos esta oferta para o negócio e intermediamos este contrato, inclusive subsidiando em 80% e, em alguns casos, até 90% do custo desta consultoria. Cabe ao pequeno empreendedor pagar entre 10% e 20% desse custo.

Com isso, em 2011 conseguimos fazer quase 25 mil atendimentos via Sebraetec. É um número expressivo considerando que no ano passado chegamos à casa de 11 mil consultorias. Estamos comemorando muito este número, porque fizemos mais do que o dobro em relação à 2010. Agora, temos potencial para fazer 60, 70 mil consultorias. Esta é a meta que perseguimos, pois hoje a inovação não é apenas uma bandeira do Sebrae, na verdade é uma bandeira do Brasil. A disseminação da cultura da inovação é um esforço de várias entidades. Então, em algum momento a pequena empresa estará consciente disso e vai nos demandar, e estaremos aqui estruturados para atende-la.

E como funciona o Agente Local da Inovação?
O ALI também cumpre com essa missão de promoção da inovação na MPE. A diferença é que o Sebraetec tem uma postura reativa, enquanto o ALI é mais ativo e vai ao encontro empreendedor, leva inclusive o Sebraetec para o dono de negócio pequeno porte.

O ALI é o indivíduo que vai para dentro da empresa para orientá-la sobre os processo inovadores que podem ser adotados. Vai vender algumas soluções do Sebrae e do mercado que contribuem para inovação do negócio. É quase um vendedor de campo do nosso Sebraetec, que permite a contratação de serviços e consultorias tecnológicas.

Além de orientar a pequena empresa, o ALI acompanha esse negócio durante todo o seu processo de inovação, mais ou menos dois anos. A empresa recebe uma vista sistemática do Agente Local da Inovação, que monitora a incorporação da cultura da inovação pelo empreendimento de pequeno porte.

Hoje, o programa ALI funciona em 25 estados brasileiros, e estamos com tratativas avançadas para que entre no Rio de Janeiro e São Paulo. Temos 450 agentes em campo e a meta é fechar 2012 com 1000 ALIs. É um pequeno exército do bem levando inovação para a pequena empresa.

Em 2011, chegamos a 13,5 mil empresas acompanhadas pelo ALI. É também muito mais do que foi feito no ano passado, quando fizemos 5,4 mil empresas. Temos celebrado muito esta marca.

Então, o Sebrae focou nestes dois projetos para levar inovação para as MPEs?
Sim, nós bombamos estes dois programas, pois um dos desafios é sensibilizar e disponibilizar acesso para as MPEs inovarem, e eles viabilizam isso.

Naturalmente, para desenvolver o Sebraetec e o ALI é preciso ter um back office, uma retaguarda de concepção de soluções. O Sebrae tem um time que pensa soluções, consultorias e serviços na área de inovação e tecnologia, disponibilizados para este exército de agentes locais de inovação. Os ALIs levam para a empresa esses produto/solução formulados por este back office.

Este ano, por exemplo, realizamos o Programa de Alimento Seguro (PAS) para alguns setores. O PAS trabalhou toda a cadeia produtiva da uva, leite e mel, desde manejo a boas práticas e implementação de tecnologia de ponta, ou seja, orienta sobre os procedimentos que tira o produto do campo e deixa na mesa do consumidor. Soluções como esta são formuladas pelo nosso time e são distribuídas por meio do programa ALI e custeadas pelo Sebraetec. Esta é a nossa estratégia: formulamos o que não está pronto e disponível na rede de ciência e tecnologia e disponibilizamos através do ALI e custeamos através do Sebraetec.

O ano de 2011 foi muito feliz. A nossa meta era atender, com soluções de inovação e tecnologia, um total de 30 mil empresas, mas atendemos mais de 55 mil. Chegamos perto de fazer 200% da meta. Ao longo do ano foi muito grande o engajamento do Sistema Sebrae e a própria sensibilização do nosso time quanto à importância do tema inovação. Colocamos muita energia nisso, estruturamos os times e adotamos uma bandeira de superação e chegamos longe.

O Sebrae também investiu em outras iniciativas para promover a inovação na MPE. Quais são elas?
O Sebrae retomou em 2011 sua atuação junto às incubadoras de empresa. Desde 2007 que não colocava no mercado um edital de apoio às incubadoras, que é a inovação na veia. As empresas residentes em incubadoras são empresas de ponta, de vanguarda e de um conteúdo tecnológico elevado. No momento que se apoia uma incubadora a se estruturar, ela tem a possibilidade de atender com mais eficiência o seu residente.

Então, o Sebrae soltou agora em novembro de 2011 um edital para profissionalizar a gestão dessas incubadoras. Vamos dar um suporte financeiro e técnico para que as incubadoras possam desovar no mercado empresas realmente de ponta e com um conteúdo inovador e de vanguarda. O edital prevê um investimento alto e tem a meta de atender até 160 incubadoras. É a maior aposta que já fizemos no segmento.

Também estamos entrando com bastante força na questão da sustentabilidade. Entendemos que a adoção de práticas sustentáveis é definitiva para que a empresa seja competitiva. No início do ano, lançamos o Centro Sebrae de Sustentabilidade e criamos um termo de referência que norteará a nossa atuação nesta área. O Sebrae entrará nessa briga enviesado pelo aspecto econômico.

O Sebrae será um dos parceiros oficiais das Nações Unidas na realização do Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre de 20 a 22 junho de 2012), onde daremos muita visibilidade à sustentabilidade da micro e pequena empresa. A MPE representa, no mundo todo, 90% das empresas. No Brasil, chega a 99% das empresas formais urbanas. Portanto, a pequena empresa deve estar engajada na proposta da sustentabilidade, e a questão econômica é um meio de também assegurar isso.

E como a micro e pequena empresa garante a sua sustentabilidade?
Temos um produto emblemático: Os Cinco Menos que São Mais. A partir do momento que eu gasto menos água, energia e matéria-prima; reaproveito meus insumos; e faço um tratamento dos meus resíduos, começo a ter mais lucro, mais cliente, mas visibilidade, mais competitividade.

Quando se tem essas preocupações, que a princípio podem parecer ambientais, elas podem reverberar diretamente no meu lucro. O empreendimento se tornará mais viável economicamente e, consequentemente, ambientalmente e socialmente justo. À medida que o negócio adota tecnologias mais limpas em todo o seu processo produtivo, se tornará mais eficiente, conjugando a preservação do meio ambiente com o desenvolvimento econômico.

Além da eficiência energética, para concretizar a sustentabilidade o negócio pode tratar os resíduos. Pode-se reaproveitar e/ou comercializar os resíduos e parte pode virar um subproduto interessante para o empreendimento. Então, queremos que tudo isso esteja na pauta da pequena empresa, que ela entenda que é estratégico ser sustentável, e que isso é importante para ser eficiente e ter mais lucro, ao final.

A sustentabilidade será o grande desafio do Sebrae na área de inovação e tecnologia em 2012?
Também será! Continuaremos nessa luta de ampliar o acesso da micro e pequena empresa à inovação. Agora o conteúdo-chave pode ser a questão da sustentabilidade. Queremos promover uma produtividade sustentável.

Via RSS de Faça Diferente

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