Brasília – Das cozinhas dos antigos mosteiros portugueses para o sul do Brasil. Quando os imigrantes açorianos chegaram, no século XIX, trouxeram junto várias receitas de doces. E o que era tradição lusitana virou negócio para as doceiras da cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul. A arte de produzir as tentações gastronômicas com organização empresarial chamou a atenção, e rendeu a Maria Helena Lubke Jeske o 8º Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, na categoria Negócios Coletivos.
A premiação foi realizada nesta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, na sede do Sebrae, em Brasília. “É o reconhecimento do trabalho de todo o grupo”, diz a descendente de imigrantes alemães, presidente da Associação dos Produtores de Doces de Pelotas, que reúne 16 fabricantes, a maioria mulheres. São elas que mantêm a tradição dos requintados doces lusitanos, como camafeus, bem-casados, papos de anjo, fatias de Braga, ninhos, pastéis de Santa Clara e tantos outros.
A premiação atesta o empenho das doceiras em aprimorar a produção e a gestão dos negócios. Quando começaram a se reunir, em 2006, muitos eram os problemas a serem superados. Até chegar à fase de compartilhar receitas e trabalhar juntas, um longo caminho foi percorrido. “Aos poucos, o medo da concorrência foi superado e percebemos que somente a união faria nosso negócio prosperar”, conta a presidente Maria Helena.
As empreendedoras passaram a se reunir, visitar o local de produção das companheiras e trocar informações. O esforço conjunto surtiu efeito. O prestígio do grupo rompeu fronteiras e os doces ganharam destaque fora do município e do estado. Graças à dedicação de doceiras que se mantêm fiéis às receitas dos antepassados portugueses, a marca “Doce de Pelotas” é hoje reconhecida pela excelência dos produtos.
Em 2008, a associação se formalizou e criou o regulamento técnico de produção, uma ferramenta que normatiza a fabricação dos doces, com especificação de tamanhos, regras para uso de matérias-primas rastreadas e manutenção do padrão de qualidade. As fábricas tiveram que se adaptar e contratar profissionais especializados.
O mês de março trouxe outra boa notícia para as fabricantes de doces de Pelotas. Em breve, elas começam a usar o selo de Indicação Geográfica, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O registro foi obtido no final do ano passado em função das características do solo da região, que favorece o plantio de árvores frutíferas, como pêssegos e marmelos, utilizados na fabricação dos doces. O selo é a garantia de que o produto tem um padrão de identidade e qualidade.
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