Levianamente apresento o Instagram para música. Mas é realmente leviano caracterizar o app dessa forma.
Para muitas pessoas, ouvir música não é mero passatempo. A sacada que Steve Jang teve ao pensar o SoundTracking é bem parecida com o que me proponho a fazer com o A Day in the Life, que é tentar contar um pouco o que uma música ou um show representa no dia-a-dia. Que uma música pode ser um elemento incrível que acesse memórias importantes na sua cabeça.
O SoundTracking tenta juntar um pouco disso. Não basta simplesmente tuitar o que está ouvindo, ou usar o Last.fm para mapear isso. As vezes, uma música precisa de mais algumas coisas para ser caracterizada como um momento.
O app, que conta com o esquema de seguir e ser seguido de sempre, parte da escolha da música. Você escolhe se quer incluir o que está ouvindo, se quer que o app detecte o que está tocando no seu iPod (lembram que o iPhone é um iPod né) ou usando o sistema de reconhecimento (que funciona como o SoundHound que identifica o que está tocando cruzando o audio com o banco de dados do Gracenote).
Depois de ter a música adicionada, você pode incluir uma imagem (que pode ser capturada na hora ou retirada do seu álbum, ou ainda uma imagem de artista) + sua localização (integrada ao Foursquare) + um textinho (o que vai junto com a tuitada ou facebookada integrada ao sistema).
Isso tudo junto, música + foto + localização + texto compõe um “cartão postal”, que é o link que é tuitado.
A partir daí você pode dar “like” ou “love” nas músicas que seus amigos postam ou, e aí é a parte mais legal para quem é novo na coisa, ouvir um trecho de 90 segundos da música postada. Em uma ótima negociação, o iTunes liberou 90 no lugar dos 30 segundos habituais e também o uso de todo o seu acervo.
Então imagine só que a partir a agora você pode conhecer uma banda nova, mas não só por simplesmente gostar dela, ou ir atrás de uma modinha, mas sim pelo olhar de uma pessoa que você conhece. É uma qualificação de recomendação, algo que eu também penso ser importante na existência do A Day in the Life.
Se as pessoas vão aderir eu não sei. Se você vai gostar, eu também não sei. Mas gosto de ver por aí iniciativas um pouco mais complexas ou profundas sobre algumas coisas. Nos dias de hoje, tudo é muito rápido, raso e limitado a uma telinha de algumas polegadas.
Música tem um poder maior. Algo que não cabe em gigas de capacidade ou em resoluções incríveis. É algo que as vezes só cabe na sua memória, e isso sim é algo que vale citar por aqui.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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