Brasília – A vida até que seguia tranquila no início dos anos 2000 para José Filho Soares, conhecido como Zé Filho. O emprego como diretor de uma entidade assistencial em Axixá do Tocantins, norte do estado, garantia o sustento da família, composta pela mulher e a única filha do casal. Mas o que o Zé queria mesmo era ser empresário. E, de preferência, dos grandes.
Com essa ideia na cabeça, ele bateu à porta de seu primo e padeiro de profissão, Amilton Veloso Santos, e propôs a ele sociedade em uma panificadora. Entusiasmados, os dois saíram pela região em busca de forno elétrico, armários, divisora e contador de pães, além de outros equipamentos. Também decidiram que o melhor lugar para instalar o empreendimento era a cidade vizinha Augustinópolis, com 15 mil habitantes e a 22 km de Axixá. Nesse momento, descobriram que para tocar uma empresa era preciso mais do que vontade. Era necessário planejamento.
O maior problema foi capital de giro para fazer o negócio andar. Todo o dinheiro da dupla havia sido usado na aquisição dos equipamentos. A barreira financeira tornou-se intransponível e eles tiveram de adiar ao projeto. “Pensamos em uma loja diferenciada, bonita e bem sortida. Mas faltou dinheiro para começar”, recorda Zé Filho.
No entanto, eles não desistiram. Primeiro, procuraram os agentes financeiros da cidade. Não conseguiram um centavo sequer. O jeito foi fazer economia e, como parte do plano, levaram as duas famílias para dividir uma única casa. Logo perceberam que só isso não seria suficiente. Precisavam de algo mais.
Foi nessa época que a dupla entrou na unidade do Sebrae em Augustinópolis e foi orientada a fazer o planejamento financeiro do investimento. Amilton e o primo gostaram tanto que não pararam mais de frequentar os cursos da instituição.
Aprenderam sobre vendas, formação de preço, marketing, gestão e outros temas. Um ano depois, juntaram o conhecimento com a poupança, alugaram uma sala por R$ 300 e instalaram ali a Panificadora Shalon.
Desenvolvimento
Um saco de farinha por dia. Era esse o consumo da padaria no início. O faturamento diário não passava de R$ 500. O negócio era pequeno, mas os sócios já haviam compreendido através dos cursos do Sebrae que, independentemente do tamanho, a organização com separação dos processos empresariais era fundamental. Zé Filho ficou com a administração, enquanto Amilton a as esposas de ambos colocaram a mão na massa, literalmente.
O planejamento apresentou resultado apenas 12 meses após o início das atividades, quando a Panificadora Shalon inaugurou sede própria, com loja climatizada, TV para divertir a clientela e, o principal, pães, doces e uma variedade de produtos elaborados com cuidado. “Eles buscaram assistência técnica e aplicaram os conhecimentos. Isso foi fundamental para se manterem e, mais importante, crescerem em pouco tempo”, atesta a consultora do Sebrae em Tocantins, Andréa Pereira da Conceição, que atende a padaria há oito anos.
Atualmente, a Padaria Shalon consome de três a quatro sacos de farinha por mês. E a tendência é aumentar as vendas. Eles encontraram no setor público uma alternativa de mercado. Além de Augustinópolis, a panificadora fornece alimentos para o programa de merenda escolar em outros quatro municípios da região e emprega 20 pessoas. Recentemente, a empresa também adquiriu um caminhão para fazer as entregas.
Zé Filho atribui o crescimento da empresa à orientação do Sebrae. “A gente não tinha noção de como formar preço, agregar valor, avaliar custos financeiros, etc. Era tudo na intuição. Agora, sabemos que é preciso ter um projeto para o amanhã”, afirma. Ele e o primo participam de cursos da instituição há oito anos.
Para manter o ritmo de crescimento, Amilton e Zé Filho apostam no aperfeiçoamento. Os empresários estão trabalhando no projeto de informatização dos processos administrativo e financeiro da loja. “Focamos em um programa financeiro para controle de caixa”, revela a consultora do Sebrae, Andréa.
Futuro
Os planos não se resumem ao crescimento da padaria. Em breve, Amilton e Zé Filho vão inaugurar uma fábrica de salgados, investimento de R$ 300 mil. A intenção é fornecer alimentos para todo o sul do estado do Pará. “Temos bom atendimento e produto com qualidade e preço acessível”, enumera Zé Filho, ao citar os motivos que o fazem acreditar no futuro de sua empresa. E completa: “Acordo às três da manhã para trabalhar”.
Andréa da Conceição lembra que as instalações da Panificadora Shalon chamam a atenção principalmente por estar localizada em uma das regiões com menor índice de desenvolvimento econômico do país. Augustinópolis é um dos 25 municípios que formam o Território da Cidadania Bico do Papagaio, que conta com mais de 180 mil habitantes, sendo 61 mil (33,8%) da área rural.
Os Territórios da Cidadania são compostos por municípios que apresentam características econômicas, sociais, ambientais, culturais e geográficas semelhantes e recebem atendimento prioritário do Sebrae. Ao todo, a instituição desenvolve projetos em 104 territórios da cidadania no país.
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