Macapá – A Amazônia, rica em recursos naturais e defendida como potencial de desenvolvimento do Brasil, esbarra na falta de investimentos em áreas de tecnologia e inovação e cria um gargalo no empreendedorismo de estados que integram a região. Esses foram debatidos na tarde desta quinta-feira (15) durante o Amazontech 2012, evento que discute práticas inovadoras e uso de tecnologia sustentável, promovido pelo Sebrae, Embrapa, governos estaduais e universidades públicas dos estados integrantes da Amazônia Legal (AC, AM, AP, MA, MT, PA, RO, RR, TO).
Tarifas aéreas exorbitantes e nada competitivas para o turismo nacional e internacional, além da falta de recursos em educação e formação de profissionais qualificados, capazes de fomentar a economia regional, fazem da Amazônia um gigante invisível frente às políticas públicas discutidas no Brasil. A região é responsável por 62% do território nacional e representa apenas 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Dirigentes das instituições responsáveis pelo Amazontech apresentaram à bancada federal do Amapá um documento propositivo intitulado Desafio dos Negócios Sustentáveis da Amazônia, com as ações públicas necessárias para facilitar o desenvolvimento econômico local.
Um dos pontos discutidos foi a logística dos estados e a falta de infraestrutura para dar suporte às micro e pequenas empresas (MPE) capazes de produzir, porém isoladas do restante do país. Fretes muito altos limitam a venda em grande escala e o escoamento de produtos para outros estados, principalmente o Sul e Sudeste.
A carência de profissionais qualificados para aproveitar o potencial tecnológico da região é outro obstáculo. Apesar do baixo investimento federal nas universidades públicas e na realização de pesquisas e formação profissional, há oferta de serviço público para trabalhadores capacitados de outras regiões.
“Os recursos na formação de técnicos são concentrados nos estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil. Temos 1% dos doutores do país e os profissionais que vem para cá por meio de concursos cumprem o prazo mínimo de permanência e logo pedem transferência para seus estados de origem”, afirmou o superintendente do Sebrae no Amapá, João Carlos Alvarenga.
Fretes
Um dos gargalos na produção das MPE da Amazônia Legal é o alto custo dos fretes para o Sul e Sudeste – onde a demanda de consumo é maior. O Amapá, por exemplo, é um dos estados que mais sofre com isso. Separado pelo rio Amazonas do restante do país, o transporte por carro e caminhões precisa primeiro atravessar uma balsa até Belém (PA) e só então pegar estrada rumo ao sul brasileiro.
O transporte aéreo também é limitador. Apenas duas companhias aéreas têm voos para a capital Macapá, com tarifas que em alta temporada chegam a custar R$ 3 mil cada trecho com destino a cidades como Brasília ou São Paulo, por exemplo.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), presente na Amazontech 2012, a região amazônica é um produto vendável e com grande potencial turístico e artesanal, porém isolada. Ele defende a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado do querosene dos aviões como uma das medidas capazes de reduzir custos – no Amapá, a tributação chega a 27%, enquanto em Minas Gerais é de 11%.
“Temos um enorme potencial na marca Amazônia e tudo que ela traz: o rio Amazonas, a floresta e o marco divisório dos hemisférios norte e sul com a linha do Equador. Mas, temos um grande empecilho que é a ausência de uma política de incentivo à aviação civil”, alertou Randolfe.
Meio Ambiente
O documento formulado pelo Sebrae e parceiros do Amazontech 2012 trata também de políticas de preservação do meio ambiente. Um exemplo é diminuir o impacto ambiental causado pelo lastro de navios de diversas partes do mundo que chegam à região com os porões carregados de água salgada – para dar equilíbrio às embarcações sem mercadoria. Ao ancorarem para serem abastecidos, toda a água salgada e suja que ocupava os porões são jogadas no rio, com micro-organismos poluentes.
“O Amazontech não é um evento que vai corrigir tudo isso, mas um grande passo no caminho de melhorias para os estados integrantes da Amazônia Legal”, enfatizou o superintende do Sebrae no Amapá, João Carlos Alvarenga.
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