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Eric Schmidt, executivo do Google, critica papel da China e do Twitter na internet


Além de criticar a Coreia do Norte por tentar se isolar da internet, Eric Schmidt também vem trabalhando em outros projetos. O alto executivo do Google tem um livro a ser lançado em abril, chamado “A Nova Era Digital” (The New Digital Age), que se destaca por suas críticas à China, a países autoritários em geral, e até ao Twitter.

O Wall Street Journal teve acesso prévio ao livro, co-escrito por Schmidt e Jared Cohen, também executivo do Google.

O assunto do livro não é apenas a China, mas de acordo com o WSJ, “o livro repete várias vezes que [a China] é uma superpotência perigosa e ameaçadora” porque tanto seu governo como suas empresas mostram-se dispostos a cometer cibercrimes para atingir seus objetivos.

Segundo o próprio livro:

A disparidade entre as empresas americanas e chinesas e suas táticas vai colocar tanto o governo como as empresas dos Estados Unidos em uma distinta desvantagem… os EUA não vão seguir o mesmo caminho de espionagem corporativa digital, já que as leis são muito mais rigorosas (e melhor aplicadas) e a concorrência ilícita viola o senso americano de fair play.

O livro também diz que a expansão de empresas como Huawei faz a influência da China se espalhar pelo mundo. No ano passado, autoridades suspeitavam que Huawei e ZTE eram usadas pelo Partido Comunista Chinês para espionar os EUA.

Claro que os autores também criticam os EUA, com referências à Stuxnet e ao auxílio norte-americano em ciberespionagem dado a países que não respeitam direitos humanos. Mas Schmidt e Cohen deixam claro que a China é o maior jogador neste campo, o hacker “mais sofisticado e prolífico” de empresas estrangeiras.

E com todos os ataques de hackers supostamente vindos da China que vieram à tona recentemente – contra o New York Times, o próprio Wall Street Journal, o Washington Post, e possivelmente talvez até contra o Twitter – é difícil negar que a China está se destacando nessa área.

Falando em Twitter, Schmidt diz no livro que “o Twitter não consegue produzir análises mais do que um macaco consegue digitar uma obra de Shakespeare”. Isso faz alusão ao teorema do macaco infinito: um macaco imortal que digite em um teclado, de forma aleatória e por todo o infinito, irá quase certamente criar um texto qualquer – como a obra completa de William Shakespeare. Com a tecnologia (e o Twitter), todos podemos emitir nossas opiniões e pensamentos, mas qual a qualidade desse conteúdo, e para onde ele nos leva? É isso que Schmidt parece criticar.

Ele também prevê um futuro onde alguns governos vão exigir que o anonimato seja extinto da internet, para controlar os cidadãos no âmbito online assim como na vida real. Além disso, ele diz que “países como a Bielorrússia, Eritreia, Zimbábue e Coreia do Norte – autoritários, com fortes cultos à personalidade e um status de pária em outras partes do mundo – teriam pouco a perder juntando-se em uma união autocrática cibernética, onde a censura e estratégias e tecnologias para monitorar as pessoas poderiam ser compartilhados entre os países”.

Tudo isso estará explicado em mais detalhes no livro “The New Digital Age”, a ser lançado em abril. Visite o Wall Street Journal para ler mais sobre o próximo livro de Schmidt e Cohen: [Wall Street Journal 1 | 2]

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