Sei que muitas pessoas vão cair de pau neste meu post, mas não poderia ficar inerte diante de alguns fatos que estão ocorrendo nos dias atuais na criação e execução de modelos de negócios ligados a religião. Não tenho nada contra nenhuma religião e dou liberdade total a todos para que tenham suas próprias opiniões acerca da religião que seguem, da opção sexual que escolheram, do tipo de comida que comem ou do time para o qual torcem. Se eu quero liberdade para mim, tenho que dar liberdade para os outros. No entanto, me sinto na liberdade e obrigação de expor aqui minhas sugestões para o empreendedor que deseja colocar o seu dom a serviço de uma religião. São apenas sugestões de como viabilizar o seu negócio da mesma forma moral e ética que incentivo em todos os meus outros artigos que incitam o empreendedor a criar uma empresa focada somente no lucro.
O foco de um negócio religioso é o bem-estar dos seus clientes e não o lucro
Isto precisa ficar bem claro para você que deseja abrir um negócio ligado a sua religião ou que já administra um. Enquanto uma academia ou um restaurante não focam somente no bem-estar dos seus clientes, mas também no lucro, um negócio religioso foca somente no bem-estar dos seus clientes. Ou seja, se a sua movimentação de caixa pagar as despesas de manutenção mensal do negócio, já está ótimo. Daí o motivo de muitos empreendedores da religião terem outros negócios em paralelo para sobreviver e sustentar suas famílias. O que abre a possibilidade de qualquer pessoa abrir a sua própria empresas ligada a religião que prefere enquanto toca a sua vida como engenheiro, médico, ambulante, dona de casa, etc. Transmitir a mensagem da sua religião é o foco do seu negócio.
Um negócio religioso é um negócio social
Quem empreende à frente de uma empresa ligada a uma religião é também um empreendedor social, pois o impacto social que a abertura de um negócio religioso tem na sociedade é grande. Muitos clientes das empresas ligadas a religião param, por exemplo, de cultivar hábitos que faziam mal a sua saúde porque começaram a frequentá-la. Só este fato melhora a sociedade de uma forma tão impactante que permite famílias andarem mais unidas, pessoas irem em direção a sua felicidade com maior fervor e crianças crescerem em um lar com pouca ou nenhuma violência. O desafio do empreendedor religioso aqui é difundir a sua mensagem para o maior número de pessoas possível de maneira a não desequilibrar o seu fluxo de caixa, impactando a sociedade da melhor maneira que puder.
Quanto mais transparência, mais confiança dos clientes
Quanto mais transparente for um empreendimento religioso melhor. O mesmo vale para as empresas comuns que focam somente no resultado financeiro positivo. Não há nada de errado em pedir doação aos clientes, pois sendo um negócio religioso, sua administração praticamente depende somente dessas doações. Entretanto, expor uma relação de despesas e receitas no site da sua empresa religiosa ou mesmo no mural interno, fará com que seus clientes saibam a real situação do negócio, bem como as suas metas financeiras para construção de um prédio auxiliar ou implantação de um curso beneficente. Talvez não haja engajamento maior de seus clientes porque não existe transparência da sua parte na administração do seu empreendimento religioso. Prestar atenção nisso é fundamental se você quiser direcionar a sua carreira como empreendedor para esse mercado.
Seus concorrentes não são realmente seus concorrentes porque o objetivo do bem-estar é o mesmo para todos
Diferente de uma empresa capitalista comum, onde é necessário ficar de olho no mercado e nos seus concorrentes, nos negócios religiosos isso não faz sentido. Não faz porque o real objetivo de um negócio como esse, como dito anteriormente, é o bem-estar das pessoas, transformando a sociedade em um lugar melhor para todos viverem através da transformação individual. Se existe uma empresa de uma determinada religião ao lado de uma de outra religião e ambas possuem como valores principais o amor, a compreensão e a fraternidade, não há porque brigar pelos clientes que frequentam esta ou aquela empresa. Tem clientes que se adaptam muito bem a serviços prestados por uma empresa e já não se adaptam bem pelos serviços prestados por outra. Isto acontece no empreendedorismo capitalista comum e também acontece no empreendedorismo religioso. Afinal, cada pessoa possui seus gostos e formação próprios. Aceite isso e foque na administração do seu negócio para ampliar a sua mensagem.
Rentabilize o seu negócio através de festas, venda de produtos e contribuições mensais
Se o objetivo é ter mais clientes para promover mais o bem-estar deles, o melhor a fazer é deixar as portas da sua empresa abertas sem exigir qualquer cobrança. Assim, você pode sustentar o seu negócio com festas da própria comunidade, venda de livros e outros produtos úteis para essas pessoas, além de contribuições mensais daqueles clientes recorrentes. Se o seu empreendimento religioso disponibilizar planos de mensalidade de preço livre, possivelmente você conseguirá equilibrar o seu fluxo de caixa em pouco tempo e conseguirá difundir melhor a mensagem da religião a qual o seu empreendimento pertence para mais e mais pessoas de forma gratuita. Utilizando este recurso unido a transparência de receitas e gastos que falei acima, seu empreendimento tem tudo para crescer.
Não tenha vergonha de receber salário em um empreendimento religioso, mas deixe isso claro
Todo mundo que mora em condomínio paga um salário para o síndico. Isso acontece onde moro e acontece em outros lugares com toda certeza. Se você desempenha um trabalho praticamente diário à frente do seu empreendimento religioso não há porque não receber um salário digno para permanecer à frente do seu projeto. Afinal, você precisa se alimentar e também alimentar a sua família. Além do que as suas contas de luz, água e gás continuam chegando na sua caixa de correio independente do tipo de trabalho que você exerce. Calcule um salário satisfatório para você e aqueles que trabalham no seu empreendimento e exponha isso no seu demonstrativo mensal de gastos para que seus clientes tenham clareza sobre o quanto você ganha, assim como os síndicos de condomínios fazem nas assembleias e nos boletos de cobrança mensal.
Eu acredito muito que todos nós podemos abrir qualquer negócio, seja ele religioso ou capitalista, mas acredito mais ainda que a informação abre muitas cabeças a respeito de muitas coisas “indevidas” que ocorrem mundo afora tanto em negócios religiosos como também nos capitalistas. Sendo assim, se você frequenta um ambiente religioso, inicie um trabalho para torná-lo mais transparente com base no que escrevi acima da mesma forma que gostaríamos que fosse transparente o valor que pagamos pelos impostos ou no salário dos políticos de Brasília. E se você pretende abrir uma empresa que levante a bandeira de uma religião, faça isto, mas faça com a consciência de que o seu trabalho não é o mais importante e também não é o menos importante. É apenas mais um trabalho e que a sua missão é disseminar a sua mensagem e a sua maneira de viver para mais pessoas desde que elas queiram recebê-la.
Levante a bandeira da sua religião, promova o bem estar da sociedade e incentive a transparência, pois quando a comunicação é clara, a ação coerente acontece.
O post Criando um modelo de negócios religioso transparente apareceu primeiro em Insistimento.