Não importa se você é empresário, dono de casa, proprietário de uma pequena loja ou ambulante. No final das contas toda a sua vida é alterada pela forma como você pensa. É a forma como você enxerga o mundo que define o mundo que você vê. Você já deve ter passado por aquela sensação de só ver o mesmo modelo de carro e da mesma cor na rua quando se decidindo por comprar o tal modelo com a tal cor. É esta percepção que guia as nossas vidas e quanto mais ampliada for a nossa visão, melhor.
Um dos problemas fundamentais do ser humano é manter-se preso às suas crenças. Toda crença é falsa. Toda. E para ler esse artigo, você precisa admitir que talvez suas verdades não são tão verdadeiras como você pensa, derrubando, por conseguinte, seus preconceitos, principalmente religiosos. O objetivo do artigo é te libertar através de alguns fatos sobre a vida que vão explodir a sua cabeça. Um exercício que venho praticando dia após dia para me tornar uma pessoa mais livre.
Primeiro, vou colocar todas as afirmações juntas para você ler com calma e já refletir um pouco sobre elas e logo abaixo, farei meus comentários, uma a uma. Se estiver lendo esse artigo com pouco tempo, pare, feche o navegador e volte aqui quando você estiver com tempo para refletir. Hora de abrir a mente e fazê-la explodir.
13 fatos sobre a maneira como enxergamos vida
- Nada do que eu vejo à minha volta significa coisa alguma.
- Eu tenho dado a tudo o que vejo à minha volta todo o significado que tem para mim.
- Eu não compreendo coisa alguma do que vejo à minha volta.
- Esses pensamentos não significam nada. São como as coisas que vejo à minha volta.
- Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino.
- Eu estou transtornado porque vejo algo que não existe.
- Eu vejo só o passado.
- A minha mente está preocupada com pensamentos passados.
- Eu não vejo nada tal como é agora.
- Os meus penamentos não significam coisa alguma.
- Os meus pensamentos sem significado estão me mostrando um mundo sem significado.
- Eu estou transtornado porque vejo um mundo sem significado.
- Um mundo sem significado gera medo.
Nada do que eu vejo à minha volta significa coisa alguma.
Qual o significado de uma cadeira? Qual o significado de uma pessoa? Qual o significado de um lugar? Cada qual é útil da sua maneira, mas qual é o significado? Ou seja, o que está por trás dessas “coisas” que não está aparente? Realmente uma cadeira é só uma cadeira, assim como uma pessoa ou um lugar. São “coisas” que existem, estão aí convivendo conosco, são úteis e só.
Eu tenho dado a tudo o que vejo à minha volta todo o significado que tem para mim.
Eu tenho uma cadeira bem bacana. Minha mulher é muito especial para mim. Eu adoro o lugar onde moro. Estas são observações que eu faço a respeito daquilo que vejo, dando a essas “coisas” todo o significado que elas tem pra mim. Eu simplesmente interpreto a minha cadeira, minha mulher e o lugar onde moro de uma maneira bem particular. Uma outra pessoa olhando para a mesma cadeira, para a minha mulher ou para o lugar onde moro daria certamente outro significado para cada uma dessas “coisas”. Fato.
Eu não compreendo coisa alguma do que vejo à minha volta.
Sabendo que as “coisas” à minha volta não tem significado a não ser aquele que eu dei para elas, o que realmente eu estou vendo? Não consigo compreender como que algo sem significado possui significado e tampouco sei como conviver com esta incerteza de parâmetros.
Esses pensamentos não significam nada. São como as coisas que vejo à minha volta.
E começo a me questionar: se as coisas que eu vejo e que são palpáveis não tem significado a não ser aquele que eu atribuí a elas, então meus pensamentos também não tem significado algum. Eles são somente o reflexo do significado que eu dei para as “coisas”.
Eu nunca estou transtornado pela razão que imagino.
Assim, as vezes que eu estou me sentindo pressionado, nervoso ou preocupado com algo não tem nada a ver com o que realmente é a razão pela qual imagino estar transtornado. Se quebrassem a minha cadeira e eu ficasse transtornando de repente, poderia supor que fiquei alterado por causa desse evento que ocorreu com a minha carreira, mas se esse transtorno é causado pelos meus pensamentos sobre o evento e eles não tem significado, porque estou transtornado?
Eu estou transtornado porque vejo algo que não existe.
Dei um significado a quebra da minha cadeira, ao término do meu casamento e a venda da casa onde moro que não existe, pois de fato tudo isso não significa nada a não ser o significado que eu escolhi lhes dar. Fico transtornado por causa de coisas que de fato não existem e são apenas conceitos sem significado da minha mente.
Eu vejo só o passado.
Pois sempre que eu vejo uma cadeira, a minha mulher ou o lugar onde moro, não reparo no seu desgaste, nas novas unhas ou na tinta falhada do asfalto. Eu vejo as coisas pelo passado que já vi. Como já vi a minha cadeira antes não é necessário olhá-la todinha novamente, assim como a minha mulher ou o lugar onde moro. Minha mente se aprisionou no passado e compara tudo o que acontece agora com estes momentos que já ocorreram desde a primeira vez que vi algum objeto, pessoa, lugar ou situação.
A minha mente está preocupada com pensamentos passados.
Ou seja, tudo o que me preocupa é algo que já passou e não algo que está por vir porque nunca sou capaz de olhar algo novo da forma como deveria. Sempre vou comparar esse algo novo com algum pensamento do passado, recuperar alguns dados e vê-los com parcialmente.
Eu não vejo nada tal como é agora.
Tenho certeza que todos os dias, algo de novo acontece à minha volta, mas eu dei tanto significado as coisas que não consigo mais notá-las na totalidade quando provavelmente fazia quando era um bebê. A textura da cadeira, as rugas da pele e a nova folha que nasceu na árvore em frente à minha casa não são percebidas e eu perco momentos preciosos por estar completamente desatento.
Os meus pensamentos não significam coisa alguma.
Só posso concluir isso. Meus pensamentos não significam nada, pois tudo o que eles poderiam significar não é a verdade, é apenas uma realidade que eu escolhi enxergar.
Os meus pensamentos sem significado estão me mostrando um mundo sem significado.
E pior, eles ainda me mostram um mundo sem significado onde tudo o que existe foi “criado” por mim, até mesmo as minhas emoções e reações. Minhas coisas não tem significado, as pessoas com quem convivo não tem significado e muito menos o lugar onde habito tem significado. Tudo mostrado pelos meus pensamentos sem significado.
Eu estou transtornado porque vejo um mundo sem significado.
E é por isso que estou transtornado roendo as unhas, com medo de ficar sem dinheiro, sem mulher, sem lugar para morar ou mesmo sem convívio com os filhos no futuro. Dei tanto significado ao mundo sem significado que fiquei transtornado por enxergar o mundo através desses olhos.
Um mundo sem significado gera medo.
Estarrecedor. A causa de todos os meus transtornos é que eu tenho medo por viver em um mundo sem significado. Eu atribuo significado a tudo que existe à minha volta para me sentir seguro. Afinal, como seria se eu de hoje para amanhã passasse a enxergar o mundo como um bebê? Iria gostar da minha cadeira, amar a minha esposa e continuar no lugar onde moro? Talvez sim, talvez não. É melhor continuar onde estou com medo dando significado a tudo aquilo que vejo. Me olho no espelho e digo que sou isso ou aquilo quando hoje vejo que sou apenas algo sem significado habitando um mundo sem significado.
Qual o significado disso tudo?
Perceba que temos medo, muito medo de tudo e por isso buscamos segurança, muita segurança em um mundo de incertezas. Tão incerto que não conseguimos no século 21 fazer uma previsão certa de clima para uma semana. Preferimos significar a nossa vida, o nosso trabalho, os nossos objetos e as nossas relações.
Incorporamos crenças poderosas dentro do nosso cérebro e por isso resistimos a mudar. A mesa tem que estar no mesmo lugar, as pessoas posicionadas da mesma maneira e os lugares sendo julgados como bons ou ruins em comparação a outros que vivemos ou passamos. Além disso, nossa vida precisa ter um significado. Um pós-morte para os espiritualistas e um legado para os mais ateus. Temos que estar construindo algo, pois do contrário não faz sentido, não tem significado viver.
Quando meditei sobre os fatos acima, dei um salto a mais em direção a minha liberdade, removendo significados dados as coisas, pessoas, lugares e relações. Ainda não removi tudo, mas o fato de já ter me dado conta desse medo, transtorno e significação me transformaram.
Uma mente aberta é uma mente livre de conceitos. (Tweet Isso)
Essas 13 afirmações foram retiradas do livro Um Curso em Milagres, base das técnicas de coaching que surgiram nos Estados Unidos em meados do século passado. Apesar do livro utilizar a terminologia tradicional cristã, seus ensinamentos foram comparados com as premissas fundamentais das religiões orientais e cobre boa parte do jogo mental que fazemos a respeito de tudo.
Tanto este texto como este livro são materiais para ler de mente aberta, livre, se dedicando a checar ponto a ponto aquilo que é certo para você e que não é. Enfim, boa sorte na caminhada em direção a você.