O Startupi criou uma série de 4 partes para esclarecer o mercado sobre os modelos de participação acionária.
Na primeira Semana, conversamos com João Kepler, um dos mais ativos Investidores Anjos em todo País. Clique aqui para ler a primeira parte da matéria. Tânia Gomes, CEO da Startup 33e34 participou da segunda parte e dividiu sua experiência sobre o tema aqui.
O Startupi resolveu mostrar o lado de mais uma Startup e conversou com Fabiany Lima, CEO da Startup TIMOKIDS, um aplicativo de leitura infantil com ilustrações em 3D de historias socioeducativas narradas e legendadas em 3 idiomas. Hoje já está presente em 162 países e recebeu diversos prêmios além do selo internacional “Kidsafe” de aplicativo seguro para crianças.
Startupi: Como foi sua trajetória como empreendedora, da ideia até o momento atual?
Fabiany: A ideia surgiu em Agosto de 2013 e após algumas conversas montamos um time de fundadores com habilidades complementares. Lançamos um MPV em Dezembro/13 e ele serviu para recebermos muitos feedbacks de usuários e aprendermos mais sobre o nosso mercado e potencial. Em Março/14 lançamos a versão da Timokids que está no ar hoje, já com diversas atualizações. Nos concentramos em aprender sobre o nosso público e testarmos formas de monetização da plataforma, operamos todo o ano com investimento dos fundadores e somente em IOS.
No final de 2014 fizemos a rodada de captação no Broota, tendo como objetivo as melhorias de usabilidade, desenvolvimento de novas funcionalidades e expansão da plataforma. Alcançamos 130% da meta de captação. No meio do caminho fomos aprovados pelo Programa Startup Chile e vencemos algumas competições de startups. Já em 2015 fizemos o lançamento do aplicativo em Windows Phone e Android, fomos selecionados no Programa do Facebook FB Start e no programa do Google Startup Launch e começamos a integração de jogos em realidade aumentada na plataforma. Agora estamos em fase de crescimento em base de usuários e clientes.
Startupi: Quando recebeu um aporte de capital, teve que optar pelo modelo de participação, já entendia do assunto? Teve ajuda de especialistas?
Fabiany: Nós contamos desde o início com a assistência do Broota e do escritório Torres Sociedade de advogados. Apesar de já ter tido experiências anteriores com investimentos, eu não tinha experiência com Equity Crowfunding e nem com as regras da CVM.
Startupi: Qual foi o modelo escolhido? Por que optou por este modelo?
Fabiany: Optamos por realizar uma oferta de Título de Dívida Conversível em Ações. Como se trata de dívida conversível, o investidor não recebe participação societária desde o início, ou seja, figura como credor e não assume as responsabilidades de um sócio, o que ocorrerá somente quando a conversão for efetivada. Além disso, é um modelo compatível com a regulamentação vigente.
Startupi: Quais as vantagens e dúvidas na hora de optar por este modelo?
Fabiany: Enxergo como vantagem do equity crowd funding a possibilidade de contar com muitos sócios todos defendendo e vendendo o negócio. O receio é viabilizar um canal de comunicação eficiente com todos eles, mas estamos tendo sucesso também nessa frente.
Startupi: Que dicas daria para as Startups que estão neste momento decidindo sobre Modelos de Participação de investidores?
Fabiany: Sugiro que o empreendedor procure um advogado e analise as vantagens e desvantagens de cada alternativa. O cenário mudará de acordo com o momento da startup e perfil dos investidores.
Acredito que conforme o ecossistema vai amadurecendo e mais informação sobre as modalidades e riscos referentes ao investimento em startups forem surgindo, será muito mais fácil aos empreendedores e investidores falarem sobre esse tema desde o início da negociação, deixando todas as partes mais seguras e confortáveis.
Startupi: Realmente este é assunto que exige muito entendimento para não errar nas decisões. O Startupi recomenda muita leitura ou mesmo que empreendedores e até mesmo investidores consultem advogados e especialistas antes de tomarem decisões, evitando assim arrependimentos futuros. Na próxima semana, esta matéria continua, vamos ouvir o representante de uma Plataforma de Investimento e conhecer sua visão sobre o assunto.
O post Quais os modelos de participação acionária em Startups? Parte 2 – Entrevista TimoKids apareceu primeiro em Startupi.