Brasília – Para muitos segmentos da economia, janeiro representa período de queda de faturamento quando comparado com dezembro, mês aquecido pelas vendas de Natal. Para as empresas de micro e pequeno porte brasileiras, porém, o primeiro mês de 2013 foi de aumento ou estabilidade nas vendas. O Índice de Confiança dos Pequenos Negócios (ICPN), divulgado mensalmente pelo Sebrae, aponta que 54% dos empresários registraram aquecimento ou mantiveram o faturamento em janeiro. Situação semelhante ocorreu com a geração de empregos: 88% dos empresários mantiveram ou ampliaram seus postos de trabalho.
“O desempenho positivo nos pequenos negócios em janeiro reflete o aquecimento do mercado interno, puxado pela alta de consumo da classe C. A tendência é de bons resultados para as micro e pequenas empresas por todo o ano”, analisa o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Os setores que enfrentaram melhor o tradicional mês de retração foram o da Construção Civil, onde 68% dos entrevistados registraram estabilidade ou aumento no faturamento, e o de Serviços, que teve 59% dos empreendedores com vendas estáveis ou crescentes.
Nas ocupações, a estabilidade ou aquecimento apareceu em proporções parecidas em todos os setores e portes pesquisados, com destaque para as empresas de Serviços e os Microempreendedores Individuais (MEI) – categoria que reúne aqueles que faturam até R$ 60 mil por ano e com no máximo um empregado. Quase 90% dos empresários de Serviços mantiveram ou contrataram novos empregados.
O Índice de Confiança dos Pequenos Negócios aponta também a expectativa das empresas de micro e pequeno porte para os próximos três meses. Até abril, 89% dos pequenos negócios aguardam faturar mais ou manter as vendas, sendo que 59% dos entrevistados esperam rendimento maior nos meses que seguem e apenas 11% prevê redução de receita. Nesse caso, o setor mais otimista é a Indústria, que tem 64% dos empreendedores com expectativa de ampliar o faturamento. Os Microempreendedores Individuais (65%) também são os que calculam melhores resultados até abril.
A expectativa de geração de emprego para os próximos meses recupera o otimismo registrado em novembro, quando 97% dos empresários ouvidos relataram esperar pelo aumento ou manutenção dos postos de trabalho. Apenas 3% dos empreendedores dos pequenos negócios preveem demissões até abril. A Construção é o setor que mais deve contratar nos próximos meses, com 33% dos empresários otimistas em relação à ocupação de novas vagas.
O Índice de Confiança dos Pequenos Negócios é medido em uma escala que varia de 0 a 200, analisando a situação do mês anterior e a expectativa para os meses seguintes. Acima de cem, indica tendência de expansão das atividades, enquanto abaixo desse valor aponta para uma possível retração. Em fevereiro, o ICPN atingiu o nível 108, o que revela uma tendência de crescimento. Para a realização da pesquisa, o Sebrae ouviu 5,6 mil empresários de todos os setores – indústria, comércio, serviços e construção civil, entre microempreendedores individuais (com receita bruta de até R$ 60 mil por ano), microempresas (que faturam até R$ 360 mil por ano) e negócios de pequeno porte (com faturamento bruto anual entre R$ 360 mil e R$ 3,6 milhões).
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