Brasília – O planeta ficou pequeno para tanta gente. A superfície da terra é habitada por oito bilhões de pessoas. E como atender a essa população sem provocar o caos ambiental? Atrás de respostas para essas questões, especialistas se reuniram na Roda de Conversa O Local e o Global: Novos paradigmas de produção e consumo – desafios para a Rio+20, que marcou o encerramento das atividades oficiais da Expo Brasil Desenvolvimento Local. O evento, que teve a parceria do Sebrae, reuniu em Brasília mais de 2,5 mil pessoas de 25 e 27 de abril.
O representante da Fundação Banco do Brasil, Claiton Melo, defendeu a aplicação de tecnologias sociais como modelo de inclusão das comunidades carentes. “O transporte mais usado pelas pessoas nos grandes centros, o carro, é um meio individual e não uma tecnologia de transporte massivo. Os pedestres nem existem nos planejamentos da cidade. A monocultura imposta como meio de produção também não leva à inclusão”, apontou.
Para Patrícia Paixão, do Instituto de Assessoria para o Desenvolvimento Humano (IADH), a Rio+20 – a conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente, que acontece no Rio de Janeiro, em junho deste ano – surge como uma oportunidade para os países latino-americanos escaparem do modelo imposto pelas nações mais ricas.
A opinião foi compartilhada pelo professor da Universidade Federal do Ceará (UFCE), Eduardo Girão. Segundo ele, a economia solidária não é compreendida como modelo de desenvolvimento e “é tratada pela mídia como algo exótico”, disse. Mas, segundo ele, o modelo solidário traz lições importantes e reveladoras para a discussão que será levada para o fórum da ONU. “Os fundos rotativos solidários na Paraíba, por exemplo, constroem cisternas, praticam o plantio ecológico e asseguram melhor qualidade de vida aos moradores da região. Mesmo considerado ultrapassado, esse modelo de desenvolvimento chama a atenção do Banco Mundial”, enfatizou o professor.
O professor da UFCE lembrou que a lógica de mercado, que é regulado pela lei da oferta e procura, levou a indústria da avicultura em Santa Catarina a queimar milhares de frangos por causa dos baixos preços. “Assim como jogam no rio São Francisco toneladas de cebola por causa dessa famigerada lei”, declarou.
Ladislau Dowbor, professor da pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, que também participou do debate, comparou o planeta a um navio que precisa enfrentar dois grandes desafios, chamados por ele de icebergs. O primeiro é o ambiental. “Estamos gerando aquecimento ao mesmo tempo em que esgotamos os recursos fósseis, que não são renováveis e estamos esgotando a pesca. O segundo desafio é a desigualdade social”.
“Se dividir o PIB (Produto Interno Bruto) mundial pela população, estamos produzindo hoje R$ 5,4 mil de bens e serviços por família por mês. O problema não é aumentar o PIB, mas o que produzimos e como produzimos”, disse.
O professor Cunca Bocayuva, da PUC Rio de Janeiro, afirmou que pensar outra forma de economia exige mudança da lógica de produção. “Temos na Rio+20 uma abordagem que pode repensar estratégias diante das agendas de desenvolvimento que estão postas”, finalizou.
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