Brasília – Primeira mulher a ocupar um cargo de diretoria na empresa Alpargatas, proprietária da marca Havaianas, a executiva paulista Angela Hirata foi a responsável por transformar o tradicional chinelo brasileiro em sucesso de vendas em mais de cem países. Ela compartilhou a experiência com as finalistas do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios nesta quinta-feira (7), na sede do Sebrae Nacional, em Brasília.
Na palestra Empreendendo e Posicionando o “Made in Brasil” no mercado mundial, a executiva contou um pouco da sua experiência e das dificuldades que enfrentou ao longo da carreira à frente da Alpargatas, desde 2002. “Acharam um absurdo quando viram a minha proposta de internacionalizar um produto tão simples como as Havaianas. Fui questionada pela diretoria”, relembra.
E não foi fácil. Em 1962, o produto era muito simples e tinha apenas cinco cores, vendido em quitandas e com um baixo valor unitário. De 1994 a 2005, Angela Hirata realizou uma pesquisa e percebeu que grandes marcas de calçados como Kichute e Conga estavam em crise e as Havaianas corriam o risco de seguir o mesmo caminho. Foi no ano de 1994 que a equipe comandada pela diretora comercial da Alpargatas lançou a Havaianas Top. Manteram o conceito do produto, mas investiram pesado na mídia eletrônica e impressa, além da contratação de formadores de opinião como Chico Anísio e Malu Mader, que participaram de propagandas de televisão da época.
A marca iniciou, então, uma nova fase com um mix de produtos variados com cores e tiras diversas, mas sempre mantendo a identidade de um produto que transmite a ideia de conforto. Em 2001, começou o desenvolvimento do projeto Made in Brasil com uma equipe capacitada e unida. O objetivo era a internacionalização e posicionamento da Havaianas. Mas essa não seria uma tarefa fácil. “Tivemos o cuidado de escolher representantes em cada país para o qual queríamos exportar. Todas as barreiras são negociáveis, menos a cultural”, diz. “O grande sucesso do meu trabalho foi o foco no empreendedorismo em equipe e trabalhar com simplicidade”, ressalta.
Confira algumas dicas da executiva paulista Angela Hirata:
- Planejamento: Para realizar a expansão internacional é preciso fazer um planejamento cuidadoso
- Pesquisa: Avaliar as ameaças, oportunidades, pontos fracos e fortes
- Estrutural: Trata-se de um projeto que deve ser bem estruturado e não imediato
- Equipe: focar no empreendedorismo e motivação dos funcionários
- Inovação: é preciso estar sempre reinventando e respeitar a cultura
- Identidade: evitar mudar conceito do produto para não perder a identidade da marca
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