Fortaleza – Depois de mais de 20 anos trabalhando em curtume, Francisco Durval Lima conseguiu desenvolver um produto diferenciado: luvas de proteção individual com uma resistência acima da média. Colocadas no mercado, rapidamente elas se transformaram em um sucesso de vendas, alavancando a expansão da fábrica, instalada na periferia de Juazeiro do Norte, e que, na época, chegou a produzir dez mil pares por mês.
Tudo ia bem até que novas regras do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para a produção de Equipamentos de Proteção Individual (EPI´s), passaram a exigir uma certificação especial garantindo a qualidade dos produtos, o Certificado de Aprovação (CA). Como não conseguiu certificar o seu produto, Francisco Durval viu sua clientela diminuir e, com ela, o faturamento. Apesar do tempo e dinheiro gastos para contratar empresas e pessoas para iniciar o processo, o CA nunca saiu do papel.
Quando ele já estava desistindo e pensando até em fechar a fábrica, a visita de um Agente Local de Inovação (ALI) do Sebrae mudou tudo. O técnico fez um diagnóstico da empresa, organizou o negócio, inclusive a parte financeira, e resolveu pendências antigas como o licenciamento ambiental da indústria. Com relação ao certificado, a solução foi participar do Sebraetec, programa que subsidia os custos de serviços tecnológicos de empresas especializadas em tecnologia e inovação, contratadas para buscar soluções, aperfeiçoar processos ou produtos de pequenas e micro empresas, tornando-as mais competitivas e melhor preparadas para o mercado.
Foi aí que o sonho de 25 anos de Durval Lima tornou-se realidade. Segundo o Coordenador do Serviço de Consultoria do Serviço Social da Indústria (SESI), Francisco Leite, que atuou diretamente no processo, o erro do empresário é o mesmo de muitos outros empreendedores: testar antes de melhorar o produto. “É preciso ressaltar que esses testes têm por base normas de qualidade com parâmetros diferenciados, como resistência, etc. Então, esse produto, em um primeiro momento, está longe dessas exigências” ressalta.
Hoje, Durval Lima mostra, orgulhoso, o seu CA, conseguido por meio do Sebraetec. “Esse documento mudou tudo aqui e voltamos a crescer. Hoje, só dobrando a produção eu conseguiria atender a toda a clientela. Esse é o sonho de uma vida que virou realidade. E tudo a partir de uma visita do Sebrae”.
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