Brasília – Cerca de R$ 9 bilhões devem ser investidos por 63 mil empreendimentos do ramo de panificação que devem trocar vários tipos de equipamentos até 2015 para se adequarem às normas de segurança determinadas pelo Ministério do Trabalho, por meio da Norma Regulamentadora 12 (NR 12). Os números são uma estimativa feita pelo Sebrae, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria a Panificação (ABIP) e o Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC). Além disso, de acordo com levantamentos de entidades e fabricantes de equipamentos do setor, nos próximos cinco anos todo o parque industrial das panificadoras e confeitarias deverá ser totalmente renovado.
Para os proprietários de pequenos negócios, uma das principais saídas é buscar nas instituições financeiras uma fonte de recursos não só para as trocas obrigatórias de maquinário como também para reformas prediais, ampliação de serviços, de mix de produtos, ou mesmo como capital de giro. Mas é preciso cautela e organização para captar recursos adequados de acordo com a capacidade de pagamento e, dessa maneira, chegar aos resultados almejados.
Por isso, o Sebrae fez um convênio de cooperação técnica entre ABIP e ITPC com o objetivo de ampliar a competitividade das empresas de panificação e confeitaria, articulando parcerias, disseminando informações, desenvolvendo o conhecimento e soluções apropriadas, visando potencializar oportunidades de negócio no contexto atual do setor.
Um dos frutos desse convênio é o Guia de Orientação de Acesso a Serviços Financeiros para a Indústria de Panificação, que será lançado nesta terça-feira (19), na sede do Sebrae Nacional, em Brasília. Com o guia em mãos, os empresários podem se planejar, entender cada tipo de instituição financeira, de crédito e, com isso, escolher qual o melhor tipo de empréstimo para cada situação.
Marcelo Menezes é dono de duas padarias na Candangolândia, região administrativa do Distrito Federal. Desde 1986, está no ramo da panificação. Marcelo diz que para adequar as empresas às normas de segurança determinadas pelo Ministério do Trabalho, por meio da Norma Regulamentadora 12 (NR 12), terá de fazer empréstimo. Ele calcula um investimento de R$ 100 mil na substituição do maquinário das duas lojas. “O Guia vai ser ótimo. Assim, poderei me programar e escolher quais os equipamentos que precisam ser trocados urgentemente. Vou poder me planejar melhor para essa substituição”, comemora.
O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, alerta para o uso de empréstimos e financiamentos: “a decisão de investir e financiar o crescimento da empresa deve estar baseada em informações e controles financeiros precisos, que darão a certeza de que os recursos a serem buscados serão utilizados para alavancar o negócio e não para cobrir deficiências de gestão financeira pouco eficaz”.
Para produzir a cartilha foram realizadas pesquisas com empresários de panificação e confeitaria de todo o país e perfis, buscando identificar as demandas sobre serviços financeiros e principais carências das padarias e confeitarias. Segundo a publicação, o primeiro passo para iniciar um relacionamento com as instituições financeiras é organizar as finanças da empresa.
Dicas
O guia oferece um passo a passo para quem deseja pegar empréstimo:
1 – Organizar as finanças da empresa. É preciso saber exatamente quanto se ganha, quanto se gasta e quanto terá para investir e pagar o crédito. É recomendado dar atenção especial aos controles financeiros, principalmente ao Fluxo de Caixa e Demonstrativo de Resultados;
2 – Ter relacionamento com instituições financeiras que apoiam as micro e pequenas empresas, como cooperativas de crédito e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, que nos últimos anos tem direcionado recursos para apoio aos pequenos negócios nacionais. Importante manter o cadastro e documentação da empresa em dia;
3 – Buscar informações sobre as opções de financiamento que se adéquam à necessidade da empresa: verificar as condições (prazo, encargos, carência, limites, valor das parcelas, garantias);
4 – Avaliar a capacidade de pagamento da empresa a partir das condições apresentadas pelas instituições e do fluxo de caixa;
5 – Formalizar a melhor alternativa de crédito para sua empresa.
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