Brasília – Empreendedores individuais (EI), proprietários de micro e pequenas empresas (MPE), produtores vinculados a cooperativas e associações lotaram a sala Porto Seguro, do Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, para a primeira palestra da 10ª Expo Brasil Desenvolvimento Sustentável, nesta quarta-feira (25). A expectativa é que até esta sexta-feira (27), mais de 2,5 mil pessoas participem do evento.
Na abertura do painel Desenvolvimento Territorial e Inclusão Produtiva, o gerente de Desenvolvimento Territorial do Sebrae, André Spínola, destacou as ações da instituição no programa Territórios da Cidadania, desenvolvido em parceria com o governo federal em regiões com baixo índice de desenvolvimento humano e econômico. O gerente do Sebrae disse que, nos próximos três anos, serão atendidos 400 mil empreendimentos em 104 localidades.
Segundo Spínola, a atuação do Sebrae nos territórios da cidadania estará focada na formação do ambiente de negócios, na formalização dos empreendedores individuais e na implantação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa nos municípios. “Vamos incentivar as prefeituras a comprar dos pequenos negócios. Isso vai dinamizar as economias locais”, declarou.
Como estímulo à formalização, destacou o gerente, foram preparadas ações específicas para os EI, como cursos realizados à noite e aos sábados, de duas a três horas de duração. “Abordamos temas básicos, como separar o dinheiro individual e o empresarial. Tudo em uma linguagem fácil e acessível”.
Atualmente, o Brasil tem seis milhões de micro e pequenas empresas e empreendedores individuais e a tendência é de crescimento cada vez maior. “Teremos 15 milhões de empreendedores dos mais variados tipos em quatro anos”, projetou André Spínola. Para que isso aconteça, segundo ele, é preciso ultrapassar a fronteira física, o que já ocorre com as ações do Territórios da Cidadania, e também a virtual. “Vamos abrir as portas da internet para o Brasil inteiro. Acessar o Sebrae, assistir vídeos e cursos on line. A interação on line é a nossa meta”, apontou.
O representante do Ministério do Desenvolvimento Social, Luiz Muller, lembrou que na década de 70 a economia brasileira
crescia até 12% ao ano. Mas a riqueza era concentrada. “Desenvolvimento econômico deve estar focado no cidadão e no exercício da cidadania e é isso que estamos fazendo com o programa de desenvolvimento territorial”, afirmou.
Muller defendeu o investimento nos pequenos negócios como forma de alavancar o desenvolvimento local. “Como a MPE é o segmento que gera mais emprego e renda, é preciso investir nela”, enfatizou. Para ele, apesar dos avanços, existe ainda o desafio de tirar 16 milhões de pessoas da extrema pobreza.
O diretor de Políticas de Desenvolvimento do Banco do Nordeste, José Alencar Júnior, que também participou do painel, contou que nos estados do Nordeste, dois terços dos produtos usados na merenda escolar são comprados fora da região. “Aumentar a participação dos pequenos empreendimentos nas compras governamentais é uma das metas a ser conquistada com políticas de governo, para promover o desenvolvimento econômico nas comunidades”.
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