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Incubadora resgata orgulho de empreendedores cariocas


Rio de Janeiro – De humilhação, Maria Nilza dos Santos diz que entende bem. Contratada pela filha de uma idosa doente, ela foi rechaçada pela paciente que não queria “ser tocada por uma negra”. Admite que essa foi sua pior experiência, mas conta que não é fácil ser alvo de olhares enviesados, quase sempre ter de passar por um controle mais rigoroso na entrada de edifícios. Até hoje se espanta com a proposta que recebeu de ganhar uma blusa usada como forma de pagamento por um trabalho. “Você começa a reagir cada vez com mais medo e desconfiança”, confessa Maria Nilza.

A insegurança quase impediu que ela desenvolvesse o talento de artesã. Era camareira e costureira de um hotel, quando foi indicada por um amigo para a Incubadora Afro-Brasileira, há seis anos. “Lá você aprende a se reconhecer pelo talento. Com psicólogos e orientadores, aprendi a ter segurança, a rejeitar propostas que não me interessavam, a me impor, e como ser empreendedora. Pedi demissão e decidi começar uma nova fase, de cabeça erguida”, relata.

Maria Nilza ficou na incubadora até 2009 e, neste período, firmou seu nome como artesã de bolsas, carteiras, chapéus e mochilas em chita e lona, com bordados em ponto cordonê como diferencial. Por orientação do Sebrae no Rio de Janeiro, decidiu formalizar seu negócio como Empreendedora Individual (EI), registrar a marca, investir em um ateliê e em um site. Para dar conta da demanda crescente, além da ajuda da mãe, pretende ainda contratar uma funcionária.

Cuidando dos últimos retoques no imóvel de Anchieta, zona norte da cidade, hoje aos 54 anos, enumera conquistas. Está negociando a terceira venda para Angola, através de revendedores que a procuraram no final do ano passado. Produziu chapéus para uma peça de teatro e com seu talento recebe hoje pelo menos quatro vezes mais do que o salário do hotel.
“O preconceito não norteia mais a minha vida. Agora, eu é que determino a minha imagem através do talento e qualidade do meu trabalho”, relata com firmeza.

Mais de mil empreendimentos em 20 cidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro já passaram pela Incubadora Afro-Brasileira desde a sua criação, em 2004. O modelo foi desenvolvido por Giovanni Harvey, depois de uma carreira bem-sucedida como corretor de seguros.

Contando com parceria do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Senai/Cetiq) e apoio do Sebrae no Rio de Janeiro, a incubadora oferece treinamento gerencial e empresarial, além de apoio para participação em feiras e eventos. A metodologia chamou atenção de outros países, como Cabo Verde e Colômbia, com os quais já foram assinados termos de cooperação. O idealizador reforça o conceito de que o atendimento não é exclusivo, mas preferencial, pois entende que a população negra é mais vulnerável. “Procuramos estimular uma mudança de comportamento. Quando as pessoas adquirem uma nova compreensão de si mesmas, elas ganham segurança para exercer os próprios talentos”, avalia o diretor-executivo.

Serviço
Incubadora Afro-brasileira: (21) 2223-2848
www.ia.org.br
Maria Nilza dos Santos: (21) 3339-9323 / 9843-5511

Sebrae no Rio de Janeiro: (21) 2212-7971
Central de Relacionamento Sebrae: 0800 570 0800
www.agenciasebrae.com.br
www.twitter.com/sebrae
www.facebook.com/sebrae

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