Brasília – Entre as ações programadas pelo Sebrae para a Campus Party, que acontece em Recife (PE), entre quinta-feira (26) a segunda-feira (30), está a aplicação de um modelo de negócios desenvolvido para o universo da economia digital e startups. É o Business Model Generation (BMG), modelo também conhecido como Canvas (tela, em inglês), que utiliza a tela para simular o ambiente empresarial das empresas de tecnologia.
É uma espécie de jogo que usa nove elementos visuais principais: segmentos de clientes, proposições de valor, canais, relacionamento com clientes, fontes de receita, recursos-chave, atividades-chave, parcerias-chave e estrutura de custos. Esses itens são distribuídos num quadro e mostram o potencial de uma ideia transformada em produto digital no ambiente de negócios real.
A linguagem do Canvas foi desenvolvida para atrair os jovens atores do mercado de tecnologia e startups – empreendimentos que exploram produtos ou modelos de negócios inovadores que passam por períodos de experimentação. A coordenadora da carteira de Economia Criativa do Sebrae, Débora Mazzei, explica que “a formatação visual do Canvas ajuda os agentes da economia digital e startups a perceberem as oportunidades”.
Márcio Brito, analista-técnico do Sebrae, lembra que o Canvas não pode ser confundido com o plano de negócios, que é mais completo, mas pouco atrativo aos olhos dos jovens. No entanto, Márcio lembra que o planejamento empresarial tradicional “é imprescindível na etapa posterior, de consolidação do negócio”.
A metodologia Canvas será aplicada por 16 Agentes Locais de Inovação (ALI), de Santa Catarina. Eles foram capacitados para desenvolver o BMG junto ao chamado universo geek – expressão em inglês usada para definir pessoas ligadas em tecnologia.
Legislação
A gerente de Atendimento Coletivo – Serviços, Ana Maria Magni Coelho, do Sebrae, lembra que a inovação tecnológica nos modelos de negócios tradicionais também deverá provocar ajustes na legislação que regulamenta o segmento da economia digital. “Boa parte dos agentes que interage nesse mercado não se encaixa nos conceitos tradicionais de empreendimentos. Será necessário inovar na regulamentação muito em breve”, prevê a gerente do Sebrae.
A previsão dos especialistas é de crescimento de 100% do universo digital nos próximos quatro anos. Em todo o mundo, as empresas de internet faturam aproximadamente U$ 2,3 trilhões por ano. A tendência é de forte expansão desse mercado, já que a expectativa é de que, em quatro anos, metade da população mundial (3,5 bilhões de pessoas) terá acesso à internet.
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