João Pessoa – Quem visita a Paraíba no mês de junho normalmente está interessado em conhecer os festejos de São João. A programação na capital e nas cidades do interior é vasta e famosa, com festas como a de Campina Grande, considerada “o Maior São João do Mundo”. No entanto, as atrações não se restringem às comemorações juninas e o turista pode aproveitar a estada para participar de outras atividades.
Na região do Brejo, a cerca de 120 quilômetros de João Pessoa, o Sebrae na Paraíba enumerou 30 atividades criativas na cidade de Areia e mais 17 no município de Bananeiras. Essas atividades estão ligadas ao turismo e envolvem gastronomia, artesanato, hospedagem, música, dentre outras. Os exemplos são variados vão de engenhos abertos à visitação, que mostram a produção da cachaça e oferecem degustação, à doceira que faz seu produto artesanalmente diante do cliente, passando pela artesã que ensina seu ofício aos visitantes da loja e que serve um café com biscoitos caseiros.
As atrações são variadas e não há limites para a criação. “Na economia criativa é fundamental valorizar o talento e a vocação local. É essa vivência que o turista quer experimentar”, explica Míriam Rocha, consultora da Associação de Cultura Gerais, de MInas Gerais, que capacitou empreendedores do Brejo em parceria com o Sebrae na Paraíba, em março deste ano. Segundo Míriam, é preciso inovar valorizando o talento e cultura regional.
A gestora de Turismo do Sebrae no estado, Regina Amorim, destaca que a produção local vem sendo associada ao turismo na região do Brejo. “Além de fomentar o setor, as experiências com foco na produção geram negócios para os empresários locais, aumentando a renda e criando mais empregos”, diz. Ela destaca que a instituição iniciou o desenvolvimento do turismo de experiência e vivência no Brejo e que esse modelo será estandido à João Pessoa e outros municípios do litoral.
Exemplos
O Engenho Triunfo, em Areia, é um dos exemplos de roteiro criativo do Brejo. Há seis anos, a dona da propriedade Maria Júlia Albuquerque recebe os visitantes, mostra a produção da cachaça e conta a história de empreendedorismo da família. Ela também relata as ações sustentáveis do engenho, como a reutilização da água gasta no processo de produção da cachaça e o reaproveitamento do bagaço da cana. Em seguida, convida os turistas a participarem de uma degustação de aguardente e produtos associados, como o sorvete elaborado a partir da bebida.
A proposta rende uma boa experiência ao turista e bons negócios à empreendedora, que também abriu uma pequena loja no local de degustação para comercializar diversos tipos da cachaça, copos, artesanatos e doces produzidos por outra empreendedora a poucos quilômetros dali.
Os quitutes vendidos no Engenho Triunfo são preparados pela doceira Esther Vilar. Ela também mostra sua produção aos visitantes e oferece degustação de seus produtos no Engenho Laranjeiras. “A produção associada contribui para o desenvolvimento econômico da região. Um empresário divulga o trabalho do outro, gerando uma cadeia de turismo associado à produção”, explicou Míriam Rocha.
Roteiros alternativos
Chegando a Areia, um dos primeiros locais a ser visitado é o Museu da Cachaça e Rapadura, no campus da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). No local, o turista conhece os equipamentos usados na produção da cachaça e da rapadura, e sua evolução nos últimos anos.
A região do Brejo paraibano é concentra cerca de 800 engenhos, mas hoje, menos de 10% dessas propriedades do século XIX ainda estão em atividade e abertas à visitação, como o Triunfo, o Várzea do Coati e o Bujari. Em Bananeiras, outro local diferenciado para o turismo é a Chã de Jardim, uma pequena comunidade que vive da comercialização do artesanato produzido com a fibra da bananeira e da polpa da fruta.
Saindo dos engenhos e entrando na cidade, Areia oferece roteiros gastronômicos e culturais atrativos. Neste mês de junho foi inaugurado a primeira cafeteria da cidade, o Café com Retalhos. O espaço oferece cafés, bolos e biscoitos caseiros e a empresária Sueli Maia ensina técnicas de produção de artesanato a partir de retalhos. Ao visitar o local, o turista leva para casa um souvenir confeccionado por ele próprio.
Os meios de hospedagem também trazem inovação ao visitante. A Pousada Vila Real, em Areia, por exemplo, é classificada em um novo conceito chamado de pousada boutique. Inaugurada há pouco mais de um ano, a hospedaria expõe em suas dependências obras de arte, móveis e objetos que podem ser comprados pelos visitantes.
O proprietário, Leonaldo Andrade, explica que uma pousada boutique precisa ter uma identificação com o local em que está inserida, resgatando sua história e cultura. Nesse modelo, a decoração e o atendimento são personalizados e a propriedade deve ter menos de 50 apartamentos, trabalhar com a inclusão social e com serviços diferenciados integrados à região.
“Existem poucas pousadas com esse conceito no Brasil. A maioria delas em São Paulo e Minas Gerais. Acredito que esta seja a primeira do Nordeste. Mas para estar inserida nesse contexto há um perfil a ser seguido”, disse Míriam Rocha.
Serviço:
Sebrae na Paraíba: (83) 2108-1218
www.pb.agenciasebrae.com.br
Central de Relacionamento Sebrae: 0800 570 0800
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