Novo livro World Wide Mind aguça os apaixonados por tecnologia e pelo futuro da humanidade.
Em seu novo livro World Wide Mind: The coming Integration of Humanity, machine and the internet (Mente Mundial: A era da integração da humanidade, da máquina e da internet), Michael Chorost tem um capítulo fascinante chamado “A mais íntima interface” em qual ele argumenta que a intimidade verdadeira irá ser mais profunda se estivermos todos conectados pela internet. Ele descreve duas tecnologias atualmente sendo pesquisadas que podem nos conectar diretamente a internet via nano-cabos ligados em cada capilar de nossas mentes que poderiam detectar e responder as ignições neurais ou via fontes de luz que irão controlar neurônios geneticamente alterados e assim conectar-nos a outro, sem fio.
“Se você conecta uma mente de uma pessoa a outra pessoa assim, você pode literalmente conectá-los um ao outro, eles irão ter o corpus callosum real juntados (mesmo sendo ligações de ondas de rádio ao invés de fios). E se você conectar um número de pessoas a outras via internet, então você terá uma rede em qual cada node é um cérebro humano. A Rede Mundial(World Wide Web) se tornará a Rede Mental (World Wide Mind)”.
Para as pessoas que tem seguido com atenção a competição entre a máquina Watson e humanos em Jeopardy!, o potencial de integração ser humano – máquina não é algo novo. Entretanto, a discussão sobre se combinar com máquinas é em sua maioria visto em termos utilitários: não seria ótimo se pudéssemos fazer matemática complexa com nossas próprias mentes, não seria muito mais conveniente buscar no uma resenha de filme no Google sem ter que ir até seu computador ou smartphone, não seria muito mais eficiente se pudéssemos enviar uma atualização de projeto a um colega em Londres sem ter que ligar pra ele, e por ai vai…Sim, as vantagens para conveniência, produtividade e criatividade são certas.
Porém, Chorost apresenta um argumento único: nós buscamos biologicamente e emocionalmente uma profunda intimidade com o outro, e entretanto não reconhecemos isso em nós mesmos, nós pedimos por precisamente o mesmo tipo de conectividade constante com cada um como as máquinas apreciam. De forma a apoiar sua tese, Chorost nos dá examples da importância do toque em nos fazer mais felizes, mais saudáveis e viver mais. Bebês que tiveram suas mães para lhes proteger, sofrem menos de resfriados, por exemplo. Nosso desejo de contato pele a pele é portanto uma necessidade biológica e emocional essencial para nosso funcionamento normal. Nossos corpos não são autônomos ou independentes: nós constantemente absorvemos e reagimos a sinais de outros corpos. Sexo é a manifestação mais intensa dessa intimidade recíproca.
“Sexo é um teste deliberado de limites, uma intensa investigação das barreiras que também são transmissores. Querer tocar cada centímetro do outro e ser tocado em retorno. Esse desejo de ter cada palavra que falamos em nossa escuridão escutada com intensidade apaixonada é primitivo. Nós queremos uma World Wide Mind inarticuladamente, por milhares de anos.”
Claro, Chorost é consciente de que há muitas dificuldades com a conectividade constante: vírus digitais sendo um dos maiores exemplos. Ainda, a escrita de Chorost é limpa, visionária e romantica. Junto com a ode a tecnologia de Kevin Kelly, “O que a tecnologia quer”, o livro de Chorost representa uma nova forma de ver a tecnologia como mais do que uma ferramenta utilitária, mas como um instrumento do bem para a harmonia social se usado de forma certa.
Links úteis:
—Leia um pedaço do capítulo 4 do Livro World Wide Mind.
—A resenha do The NYTimes book review para o Livro World Wide Mind.
Escrito por Parag and Ayesha Khanna e publicado em BigThink.com