Belo Horizonte – “Somos um sistema do sistema financeiro”. A frase foi repetida várias vezes pelo economista espanhol Pablo Pombo, durante a palestra Panorama dos Sistemas de Garantia de Crédito nos Países Iberoamericanos, ministrada na manhã desta quinta-feira (9), no último dia do III Fórum Brasileiro de Garantia de Crédito para Micro e Pequenas Empresas, em Belo Horizonte (MG). Pombo se referia, mais especificamente, à Rede Iberoamericana de Garantias (Regar), da qual é o secretário. A instituição participa de fóruns de sistema de garantia em Portugal e países da América Latina. No Brasil, em 2008, foi realizado evento semelhante, em Salvador (BA).
A utilização de sistemas de garantia de crédito é algo relativamente novo na América Latina. Cerca de 70% do montante atualmente negociado começou a ser operacionalizado há 17 anos, em meados de 1995. Os outros 30%, há 12 anos. No ranking mundial, a participação dos iberoamericanos nesse sistema é pequena: apenas 3% contra 9% dos EUA e Canadá, 13% da Europa e 79% de três tigres asiáticos – Japão, Coreia e Taiwan.
Segundo Pablo Pombo, a tendência é que, à medida em que os benefícios das Sociedades de Garantia de Crédito (SGC) forem sendo percebidos, o modelo comece a ganhar mais espaço na América Latina. “É vantajoso para todos os envolvidos: empreendedores, instituições públicas e agentes econômicos”, frisou.
O especialista citou alguns exemplos. “Se uma organização tem acesso às finanças, o poder público observa aumento no emprego e o agente financeiro melhora a provisão de recursos. Também acontece que a empresa, a partir da conquista do crédito, melhora sua competitividade, a prefeitura aumenta a arrecadação fiscal e o banco diminui o custo do dinheiro. Todos ganham”, reforçou o especialista.
Defendendo a ideia de que os sistemas de garantia significam, de fato, soluções para questões econômicas, Pombo citou uma visível mudança de paradigma: “Antes, a garantia era um produto da empresa, ou seja, de quem buscava o recurso. Hoje, é um produto do banco, de quem libera o recurso. Quem domina a garantia, domina o crédito”.
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