Diante da atual crise econômica que enfrentamos hoje no país, todas as possibilidades devem ser levadas em consideração. Evidentemente, tudo terá suas vantagens e desvantagens, mas a economia informal, como não poderia deixar de ser, têm seus benefícios. Que benefícios seriam esses? Empreendedores que atuam na informalidade se livram de duas grandes dificuldades, que vem a constituir os mais excruciantes e abomináveis obstáculos de qualquer empresa brasileira: a exorbitante carga tributária e a burocracia.
Trabalhar na informalidade significa que você não apenas terá tempo para dedicar-se à sua atividade sem maiores preocupações – pois não precisará desgastar-se em função de documentos o tempo inteiro, ou frequentar escritórios de contabilidade, tirar saldos e extratos bancários, nem exasperar-se corroendo boa parte de seu tempo com atividades burocráticas e administrativas – mas o dinheiro que você ganha realmente poderá ser gasto com você. Seus lucros e dividendos irão aumentar, suas preocupações financeiras poderão diminuir e como resultado, você poderá empregar o seu tempo de forma realmente produtiva, sem precisar desgastar-se com atividades adicionais que, a bem da verdade, pouco ou nenhum benefício lhe trarão.
Evidentemente, a expansão da atividade informal não é nenhuma novidade.
A recessão econômica aumentou a informalidade de maneira alarmante, e em decorrência disso, tornou-se extremamente comum, em qualquer grande cidade brasileira, ver pessoas vendendo produtos nas ruas, em feiras, em mercados ou em áreas ao ar livre. É o brasileiro tentando sobreviver em meio à penúria, à escassez, ao desgaste e ao implacável retrocesso econômico, provocado por um governo de notória e corrosiva incompetência, responsável por jogar o país em um sórdido abismo de inequívoca maledicência, sem ao menos se retratar, desculpar-se, ou arregimentar a viabilização de uma solução prática e eficaz. O governo destrói, e mais uma vez, é o brasileiro que paga por isso. A informalidade vem a preencher uma lacuna de demandas comerciais tão orgânicas quanto contundentes: por que registrar-se e pagar impostos, se o governo é completamente incapaz de atender ás nossas necessidades? E vale a pena trabalhar tanto, para depois, ter um escasso faturamento que mal conseguirá pagar um enorme e burocrático número de taxas, alvarás, documentações, impostos e cobranças?
A informalidade, sem dúvida nenhuma, tira do empreendedor um grande fardo, permitindo ao mesmo que realmente se dedique à sua atividade, e consiga ganhar algum dinheiro. A crise acabou com menos empreendedores do que pensamos: simplesmente jogou muitos deles para o patamar da informalidade. E criou tantos outros que, diante da ausência de perspectivas melhores, decidiram trilhar o mesmo caminho.
Evidentemente, a informalidade é impraticável diante de certos cenários e de determinadas circunstâncias. Se você é proprietário de uma pequena ou média empresa, atuar na informalidade pode ser não apenas difícil, mas impossível. Antes de passar para o lado da economia informal, os prós e os contra devem ser muito bem calculados, pois a informalidade não se apresenta como solução, e nem possui os mesmos valores e medidas, para todas as profissões, ocupações ou ramos de negócios.
A recessão criou mais de um milhão de pequenas empresas no país inteiro. Isso ocorreu em virtude do fato de que uma crise de grandes proporções, como a que vivemos, propicia o florescimento do chamado empreendedor de oportunidade, ou empreendedor de ocasião: esta expressão refere-se a indivíduos que perderam o seu emprego, e, sem perspectiva nenhuma de encontrarem uma colocação no mercado de trabalho, decidiram pegar o dinheiro do seu fundo de garantia, e montar o seu próprio negócio, para tentar sobreviver. Empreendedores de ocasião tendem a falhar, no entanto, por diversas razões. As duas principais são a falta de experiência na gestão de um negócio, e a outra, a incapacidade de lidar com o quadro geral de uma grande recessão, que cria um ambiente de estagnação comercial, onde todos querem vender, e ninguém quer comprar. Em tais circunstâncias, muitos empreendedores de ocasião descobriram que atuar na informalidade talvez seja a melhor opção, ao menos até a situação melhorar.
Evidentemente, sendo uma solução mais recomendada para empreendedores individuais, a informalidade deve ser muito bem estudada, antes de ser colocada em prática. Ao abrir mão dos direitos inerentes a uma empresa registrada, o empreendedor informal deve compreender que atuará em um campo comercial mais amplo e volúvel, e que será mais restrito em determinados aspectos, porém muito mais abrangente em outros. E, evidentemente, a individualidade de cada caso deve ser levada em consideração. Como foi mencionado, nem todas as profissões de fato se beneficiam com a informalidade. No entanto, se aplicada no momento certo, na ocupação certa, durante o período de tempo certo, ela irá favorecer enormemente o empreendedor, que certamente conseguirá expandir as suas possibilidades de crescimento, estando livre dos custos, das taxas, das tarifas e da burocracia exigidas pelo governo, de todos aqueles que decidem formalmente registrar uma empresa.