Brasília – Os apicultores de 17 municípios do litoral alagoano comemoram a autorização para o registro da Indicação Geográfica (IG) da Própolis Vermelha dos Manguezais de Alagoas, na modalidade Denominação de Origem. A certificação, concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Indústria (INPI), é reconhecida internacionalmente e dá direito à propriedade intelectual autônoma, composta por um selo que permite a utilização de um nome geográfico, indicando a origem de um determinado produto ou serviço.
“Com essa certificação, o produto da apicultura brasileira conquista um novo patamar de competitividade no mercado global”, diz o diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos. A IG, pondera o diretor, abre um horizonte de novas possibilidades para os apicultores alagoanos e comunidades locais, à medida que agrega valor ao produto e, com isso, gera mais emprego e renda na região, além de maior receita nos municípios produtores dessa própolis. “Os ganhos são para toda a sociedade”, assinala.
Amanda Bentes, analista de Agronegócio do Sebrae em Alagoas, explica que a IG é um grande avanço para a apicultura do estado e do Brasil, sendo a primeira denominação de origem do setor e a terceira do país. “Agora, Alagoas passa a ser reconhecido como o único produtor da própolis vermelha certificada no mundo, fato que protegerá a nossa biodiversidade e trará mais desenvolvimento ao nosso estado. Hoje, 140 produtores são atendidos no Sebrae”, celebra.
Para o empresário Mario Calheiros, presidente da União dos Produtores de Própolis Vermelha do Estado de Alagoas (Uniprópolis), a certificação, concedida no dia 29 de maio, é resultado de mais de dez anos de trabalho dos produtores em conjunto com o Sebrae. “Como gestores do selo, agora é hora de estruturar a cadeia produtiva e agregar valor ao nosso produto. Como se trata de um item para a indústria farmacêutica, temos que aprimorar nosso processamento para evitar contaminações”, explica.
No ano passado foi produzida cerca de uma tonelada da própolis vermelha. É uma substância de cor vermelha com cheiro balsâmico, derivada da resina da dalbergia ecastophyllum, conhecida como rabo de bugio, transportada para a colmeia pelas abelhas e modificada pelas enzimas do animal. O que garante diversas propriedades farmacêuticas são os flavonóides, nunca antes encontrados em outra própolis do mundo. Um quilo do produto processado é vendido para a indústria farmacêutica por cerca de R$500.
Segundo o professor Ticiano Gomes, do Grupo de Pesquisa em Tecnologia e Controle de Qualidade de Medicamentos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), os flavonóides – compostos químicos encontrados nas plantas – extraídos da própolis vermelha têm propriedades comprovadas como antimicrobiano, antiinflamatório, antioxidante, cicatrizante, antitumoral, além de combaterem às cáries. “Desde 2005, pesquisamos a própolis vermelha e já evidenciamos que fortalece o sistema imunológico. Agora, buscamos resultados para o tratamento do câncer e da Aids”. Neste mês, o professor deu entrada em um pedido de patente de um medicamento derivado da própolis vermelha.
Certificação
A Indicação Geográfica (IG) possui duas modalidades: Indicação de Procedência e Denominação de Origem. A primeira corresponde ao nome geográfico de um país, cidade, região ou uma localidade que se tornou conhecido como centro de produção, fabricação ou extração de determinado produto ou prestação de serviço.
Já a Denominação de Origem diz respeito ao nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de território que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.
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