São Paulo – O Sebrae vem mapeando ao longo dos últimos meses os principais temas que nortearão a instituição nos próximos dez anos em diversas áreas, como economia, sociedade, tecnologia e inovação, política e sustentabilidade. As discussões sobre as principais tendências – foram listadas 55 até o momento – vêm sendo colocadas em uma plataforma on line e um grupo de dirigentes e colaboradores da instituição está elencando as prioridades.
O economista do Sebrae, Marco Aurélio Bedê, apresentou nesta quinta-feira (12), na 2ª Reunião de Dirigentes do Sistema Sebrae, em São Paulo, as 20 tendências que mais têm chamado a atenção dos visitantes da plataforma e que deverão impactar o país e principalmente as micro e pequenas empresas (MPE) até 2022.
O setor de serviços deverá crescer ainda mais no futuro. Segundo Bedê, a projeção é que, nos próximos dez anos, 54% dos negócios que estiverem no Supersimples sejam da área de serviços. “A maior demanda será por serviços de saúde, educação e lazer”. Haverá também um aumento do salário e da renda no Brasil. Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) projetam para os próximos três anos que mais de 20 milhões de pessoas vão migrar das classes D e E para a classe C.
Os investimentos estrangeiros também irão aumentar – nos próximos três anos, deverão entrar no país entre US$ 55 bilhões e US$ 60 bilhões em investimentos anualmente. “Os países emergentes estão em ascendência no cenário internacional. Em 2022, o Brasil deverá disputar a quarta colocação com a Alemanha e a Índia”, afirmou Bedê.
Nos próximos dez anos, grande parte da população brasileira em idade economicamente ativa estará trabalhando, o que é chamado de bônus demográfico. Haverá insuficiência de mão de obra e as pequenas empresas cada vez mais terão que disputar profissionais com os grandes empreendimentos.
Outra tendência possível, explicou o economista, é o aumento da participação feminina no mercado de trabalho. Hoje, um terço dos postos de trabalho estão nas mãos das mulheres. Em relação à inovação, o grande desafio brasileiro, enfatizou Bedê, é aproximar a academia do mercado.
Sustentabilidade
“Haverá também um aumento no volume do comércio eletrônico, o que é uma grande oportunidade para os pequenos negócios. A tendência é que os empreendimentos formais sejam cada vez mais informatizados”, disse Bedê. As MPE precisam ainda estar atentas às mudanças na legislação, induzidas pelo tema da sustentabilidade. Marco Aurélio Bedê lembra que muitas vezes os custos das mudanças são altos para os pequenos empreendimentos.
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