Este texto faz parte da coluna da Plataforma Brasil feito especialmente para os leitores do Saia do Lugar.
Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial.
Caros leitores, deixando o eterno “lugar comum” de lado, de que correr riscos é parte integrante de uma vida normal e de que nada podemos fazer para eliminá-los totalmente, poucas atividades oferecem mais riscos do que o livre empreendedorismo. E aqui é o momento para soterrar outro clichê, o de que empresários e investidores adoram o risco e o frio na espinha que eles proporcionam. Mentira em estado bruto.
Empreendedores gostam de construir, dar vida a ideias e concretizar sonhos, mas se possível com o mínimo de risco.
Contudo eles são inevitáveis, mas com alguma sensibilidade, pé no chão, e boa dose de senso crítico e de realidade, podemos potencializar a nossa capacidade de prever e consequentemente pular fora de algumas roubadas bem cabeludas.
Seguem algumas dicas que podem ajudar:
1. Redobre a atenção diante de parceiros, sócios ou colaboradores (fornecedores incluídos) acometidos por excesso de otimismo;
2. Sinal amarelo quando os detalhes não estão sendo considerados ou recebendo a devida atenção. É ali que o capeta atua e ele não perdoa os distraídos;
3. Ao conceber um planejamento, monte mais de um cenário pessimista. O absoluto cumprimento de prazos planejados é praticamente uma raridade, e como geralmente sua execução não depende apenas de você (e muitas vezes nem da sua empresa e colaboradores) encare o panorama mais conservador como o mais provável. Ainda assim ocorrerão furos;
4. No âmbito financeiro, trabalhe com a formação de reservas. Desde o início treine e reforce esta cultura. Você frustrará os imprevistos e dormirá mais tranquilo. Mas isso é impossível sem sacrifício, contenção e disciplina;
5. Cenários econômicos são instáveis, mas nesse momento surge o “senso comum” para atrapalhar o discernimento com suas trombetas de euforia. Fique surdo para elas e espere por momentos difíceis no horizonte. O contrário pode ser adotado quando as trombetas silenciarem;
6. Calibre as suas expectativas em relação às pessoas. Colaboradores, novos sócios e parceiros em geral levam o dobro do tempo esperado para jogar no auge de suas capacidades. O “fora da curva” existe, mas é raro uma só andorinha fazer verão;
7. Nunca deixe a percepção da bonança tomar conta dos espíritos da sua equipe. Ela sempre é efêmera, traiçoeira.
8. Gerencie o fluxo de caixa, assim como piloto observa e lê seus instrumentos. Qualquer passo em falso, pode trazer uma montanha para o curto prazo.
9. Deixe o blá blá blá politicamente correto de lado, e crie barreiras tecnológicas, de processos e de mercado para os seus concorrentes. Eles vão odiar, mas você não está em um concurso de simpatia;
10. Evitar riscos pode ser recomendável, mas muitas vezes não corrê-los será ainda mais perigoso. Coragem e ímpeto são fundamentais para o empreendedor, mas o que devemos evitar sempre é a burrice.
11. Sim, nem tudo vai dar certo. Acostume-se com isso. Trata-se de pura gestão de expectativas.
Até o próximo e boa sorte.
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Nota do editor: Outro ponto bem específico sobre a gestão de riscos é avaliar a necessidade de um seguro. Sem dúvidas é um investimento que dá uma bela segurança na hora em que acontecer algum imprevisto.
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