Escrever não é uma tarefa fácil. Acompanhe a segunda parte das dicas de Demian Farnworth sobre como ser um bom escritor na web (se ainda não viu a primeira parte, leia aqui).
Lição 7: Experimente
Odeio pessoas que, aos quatro anos de idade, acordam um dia e dizem “quero ser vegetariano. Ou advogado. Ou um escritor de novelas”.
E, então, crescem e fazem apenas isso.
É como se a vida deles tivesse um script e ele foi pregado no primeiro ensaio. Minha vida (e meu curriculum) parece menos esculpida que isso.
Mas eu não a trocaria por nada nesse mundo. Essa experimentação me dá o que escrever.
É por isso que eu posso escrever da perspectiva de um alpinista, macaco e idiota num mesmo suspiro. É por isso que eu posso dar consultoria para uma organização não governamental internacional sobre suas mídias sociais e fazer sua estratégia de marketing de conteúdo.
Claro, também é por isso que eu tenho uma seqüência de derrotas nas plataformas de mídias sociais no meu caminho. A coisa é que eu encontrei o que funciona – e fiquei com ele. É isso que significa experimentar.
Se você não está aprendendo e improvisando, então você está fazendo isso errado. Saia da sua zona de conforto e brinque com o mundo.
Você vai adorar os tesouros que vai encontrar.
Lição 8: Apaixone-se pela condição humana
Dê uma olhada no meu currículo, e veja que sou um cientista. Eu aprecio conhecimento, ideias. E eu sou rápido para colocar essas ideias em prática.
A questão aqui é que eu gosto mais de ideias do que de pessoas. Justo. E eu me sinto mais confortável em uma biblioteca universitária do que em uma festa.
A coisa é – eu gosto de pessoas… mas não tão perto. À distância. Uma distância clínica.
Eu devoro livros sobre mentes criminosas. Estudo artigos sobre negociação e persuasão. Eu uso isso na maneira como falo ou escrevo para ver qual vai ser a resposta da pessoa.
Posso fazê-lo chorar? Rir? Gritar?
Eu faço contato com estranhos. Em partes porque eu me forço a fazer coisas que me deixam desconfortável (veja a lição 7). Eu tento me relacionar, mesmo que isso signifique me voluntariar na doação local de alimentos, assediar pessoas no Google+ ou atravessar o país feito um vagabundo.
Lembre-se: você está escrevendo para pessoas. Você sempre estará escrevendo para pessoas. Então é essencial que vocês as entenda de dentro pra fora.
Lição 9: Vá até o inferno
Deixe-me confessar uma coisa: eu sou um covarde. Eu me apavoro fácil. Mas eu também gosto de entornar o caldo. E muito.
Felizmente, ir até o inferno é uma maneira suja e rápida de desenvolver a sua argumentação. Como? Defendendo com todas as forças a suas ideias, se forçando a pensar, e avaliando o que você pode aguentar.
Então, como você chega ao inferno? Para os iniciantes, você pode escrever um post escandaloso meio marginal, ou um livro ou artigo. Por exemplo:
- Desafiando uma pessoa popular ou de posição importante.
- Expondo um segredo sujo.
- Desafiando o status quo.
- Faça a linha do atrevido.
- Questione autoridade.
Esse é o lado negro de ir até o inferno. Olhe para pessoas como Lindsay Lohan ou Julian Assange. Essas pessoas foram rápido.
Isso significa que a sua estratégia de até o inferno tem que ser bem planejada.
Ir ao inferno é uma ótima maneira de ganhar massa crítica se você tem um novo blog. Mas eventualmente você vai precisar segurar as pontas para que seus leitores não esperem apenas polêmicas.
Lição 10: Oferecer quantidades maravilhosas de serviços aos seus clientes
Antes da prensa, sabe quanto custava aproximadamente um livro? Cerca de U$10.000. Isso porque levava-se cerca de seis meses para se copiar um livro.
Atualmente, tratamos livros como chicletes. Fácil de obter. Fácil de consumir. Livros se tornaram mercadorias. E a única parte competitiva de uma mercadoria é o preço.
Como escritor, professor e consultor, eu prometi nunca competir no preço. No fim das contas, um escritor medíocre pode fazer posts para blogs por U$10. Como um trabalhador de montadora, que é pago por peça, pode fazer até 5 por hora.
Isso não é jeito de viver. Nós explodiríamos em um ano. E seremos obsoletos em dez.
Eu não quero sair do mercado em três meses por ser obsoleto. Eu quero trabalhar para viver por doze meses no mínimo. Cem no máximo. Mas o mais importante: eu quero que o meu relacionamento com o meu cliente dure a vida toda.
E isso só acontece quando você entrega uma quantidade maravilhosas de serviços a seus clientes. Quando você se vira em dois e faz tudo pelo seu cliente.
Acha que vai perder dinheiro dessa maneira? Você não vai, porque você vai ter uma série de taxas premium. Benefícios que fazem as pessoas vacilarem.
Mas se elas querem o melhor serviço, elas vão subir na sua garupa. Se não querem, vão cair fora. Olha para pessoas com bala na agulha. Elas estão por aí. Eu juro.
Lição 11: Pise no ringue
Eu gosto do Jeff Goins. Estou muito feliz pelo sucesso do seu blog. Emocionado de ouvir sobre o seu livro. Mas quando ele faz uma declaração como “você é um escritor quando você se denomina assim”, me dá coceira. (Na verdade, ele estava citando Steven Pressfield)
Veja, se essa lógica for verdade, eu posso ser um ferreiro quando eu disser que sou um ferreiro. Eu posso ser marinheiro quando me intitular marinho. Um boxeador quando disser que sou um.
A verdade é que você não é um boxeador até pisar no ringue. E mesmo lá, você não tem o direito de se chamar de boxeador. Pelo menos não até você lutar algumas vezes.
Outro conselho que você deve ouvir é que você deve escrever 1000 palavras por dia – e você é um escritor. Ray Bradbury deu esse conselho também. Mas ele disse que você não se torna um escritor até você fazer isso por 3 anos sem parar.
Três anos.
Verdade, a definição de um escritor está por todos os lados. É subjetivo. Mas aqui está o meu ponto de vista: no mínimo, você deve escrever, publicar e ter leitores. E conviver com as conseqüências.
Você não vai ganhar força apenas se intitulando escritor. Você vai ganhar força quando você começar a produzir – e, então, criar alguma coisa que valha a pena. E você não pode fazer isso se nem sequer subir no ringue.
Lição 12: Mantenha-se dentro para o longo percurso
Eis um segredo para se tornar um escritor famoso mundialmente. Você deve se manter no ringue. Por um longo tempo. Tudo se resume à 10.000 horas dedicadas a práticas deliberadas e propositais.
Geoff Colvin popularizou esse conceito com o livro Talent is Overrated (Talento é superestimado, em tradução livre).
Sua premissa é simples: adote hábitos de pessoas com grandes habilidades nos esportes, nas artes ou nos negócios – pessoas como Michael Phelps, Chris Rock e Benjamin Franklin – e você pode se destacar em qualquer coisa.
Mas demora anos para você desenvolver essa habilidade. E infelizmente muitas pessoas desistem antes de chegar a esse ponto.
Minha escrita foi se desenvolvendo nos últimos 12 anos. Você riria dos meus primeiros rascunhos de um artigo ou de cartas de venda. E demorou cerca de cinco anos quando eu pude comandar o mundo da escrita sem embaraço.
Isso pode parecer completamente óbvio, mas eu não seria o escritor que sou hoje se tivesse desistido há dez anos atrás. Então, tudo se resume a isso: prática, ajustes, experimentação, e repetição.
Ad nauseum.
Minha conclusão
Ouça, escrever para viver não é fácil.
O fato é: existem muitas carreiras melhores para se engajar. Mas se você simplesmente não pode não escrever – se você não consegue imaginar a vida sem escrever – então você provavelmente será um bom escritor.
E mesmo se você nunca experimentar o sucesso (fama, riqueza, ou poder), antes da morte, não se preocupe. Existem uma série de escritores “que falharam” que tiveram a devida atenção depos de mortos.
Franz Kafka. Philipi K. Dick. John Kennedy Tool. Anne Frank.
Claro, seria bom ter as regalia de alguém como E. L. James ou Stephanie Meyer, mas quem vai lembrar dessas superficialidades daqui há 50 anos?
Ninguém.
Escreva para o grande percurso. Para um legado. Para um para sempre. De nenhma outra forma você irá vencer.
Adaptação do texto 12 Lessons Learned from 12 years of Writing.
Sobre o autor: Demian Farnworth é redator chefe e estrategista de coteúdo para a CopyBot e professor de escritores.
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