Pierre Verger foi um fotógrafo parisiense que decidiu viajar pelo mundo após a morte da mãe (sua única parente e elo com algo na vida), em 1933, com 30 anos de idade. E durante quatorze anos Verger e sua Rolleiflex conheceram os cinco continentes, fotografando desde as grandes metrópoles até as mais remotas civilizações de mais de 25 países.
As viagens eram pagas por meio de negociações locais com suas fotografias: para jornais, pessoas ou até mesmo permutando em troca de necessidades pontuais, como transporte de uma cidade até outra.
No final das contas o cara se apaixonou por uma cidade em especial: Salvador. Decidiu ficar aqui no Tupiniquim e se tornou um estudioso sobre a cultura africana e as raízes que ela criou na América Latina com toda a escravidão e suas consequências. A Rolleiflex teve um papel importante nessa história, capturando as cenas, histórias e personagens mais incríveis do caminho de Verger.
Foi tão longe nos estudos que se apaixonou e se entregou ao candomblé e aos búzios. Chegou em um “nível” tão elevado, que passou a ser chamado de “Fatumbi”. Foi um branco europeu que dedicou uma vida para saborear as culturas opostas a que conhecia, e nos deixar uma odisséia fotográfica e histórica como herança para nosso país.
Desde que comecei a escrever no B9 tenho vontade de escrever sobre esse gênio, e torço para que esse belíssimo trabalho inspire você, assim como me inspira. Procure por livros, ou pelo belíssimo filme do Lula Buarque de Hollanda: “Pierre Verger: mensageiro entre dois mundos”. Saca só:
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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