Faz muito tempo que não tenho contato com o Windows (o último foi o XP). E confesso nunca ter colocado as mãos no Vista, Server 2008, Windows 7 ou mesmo no Windows Mobile. Mas, embora tenha uma vaga idéia de como ele realmente seja hoje, acredito que uma mudança de identidade seja fundamental – já que o anunciado Windows 8 promete ser um divisor de águas na história desse produto.
Como sabemos, a Pentagram é um dos mais importantes escritórios de design do mundo, com projetos de identidade para Benetton, Nissan, Penguin, United Airlines, Phaidon, Citigroup e outros incontáveis (e brilhantes) trabalhos. E a Microsoft – que não é boba – sabia disso na hora de escolher os caras para o job.
E escolheu bem! Uma prova disso é a pergunta “fatality, kill him!” feita pela Paula Scher (designer, responsável pelo projeto), logo na primeira reunião com os caras:
If your name is Windows… why are you a Flag?
A resposta era óbvia (ao menos para a Microsoft): com o passar dos anos os sistemas ficaram mais poderosos (e graficamente mais complexos), fazendo com que (de forma caótica ou não) a tal “Janela” absorvesse esse espírito: com movimento, cores, brilho e a coisa toda. Mas isso não faz sentido. E, sem dúvida, hoje não funciona mais.
Num momento onde a simplificação da forma volta a ser valorizada (thanks, World!), a Pentagram opta em trazer o Windows de volta a sua base: absorvendo uma cor sólida, traços consistentes e trabalhando a perspectiva dos elementos de forma maestral.
E tudo isso se justifica não apenas pela abordagem gestáltica desse projeto, mas principalmente pelas propostas do produto: criando uma forte sinergia estética com a interface gráfica, batizada de Metro (presente também no Windows Phone).
O projeto me agrada muito por ser, nitidamente, parte de um sistema inteligente, neutro e funcional para qualquer aplicação: seja ela estática ou em movimento.
E embora a Microsoft (e antes, a IBM) tenha cometido o “atentado” de dar longevidade a Arial, o GUI Metro prova que cada vez mais a empresa percebe – valoriza e busca – a característica que sempre foi fundamental nos produtos e sistemas da Apple: o design limpo, de linhas sólidas, tipografia adequada e cores eficazes.
Agora, se o OS vai funcionar tão bem quanto a identidade, já não é comigo.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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