Quando o programador Higinio Ochoa quer enviar o código de um novo programa para o chefe, ele tem que mandar tudo via papel. É que Ochoa foi condenado por ser hacker, e sua punição é não ter permissão para usar a internet.
Isso torna a vida muito estranha, especialmente para quem trabalha como programador. O podcast Reply All conversou recentemente com Ochoa, para saber como é a vida sem internet.
Hackeando
Em 2011, Ochoa fez parte de um grupo de hackers afiliados ao Anonymous, chamado Cabin Cr3w, que invadiu sistemas internos da polícia americana. Eles vazaram 3 GB de e-mails, incluindo mensagens preconceituosas contra mulheres e muçulmanos; e revelaram dados pessoais de mais de cem policiais de Los Angeles.
No ano seguinte, Ochoa conseguiu invadir o banco de dados do NCIC (National Crime Information Center), que é mantido pelo FBI. Ele postou um tweet na conta @Anonw0rmer, direcionando seus seguidores para um site no qual ele postou as informações roubadas.
http://t.co/iBo3Uf9d | Police Emails Hacked | #PedoCop Dox http://t.co/7rE7zjgl (via @ItsKahuna @CabinCr3w
— FBI HaZ A File on ME (@Anonw0rmer) February 21, 2012
O deslize
Ochoa – também conhecido como w0rmer – gostava de provocar seus alvos. Por isso, ele postou nesse site a foto de uma mulher com biquíni e os dizeres “PwNd por w0rmer & CabinCr3w”. Não foi a melhor ideia do mundo: os metadados da foto foram usados como pistas pelo FBI.
O ex-hacker diz na entrevista que deve ter enviado a imagem por engano – ele sempre removia os metadados – e achou que não seria um problema. Mas, algumas semanas depois, agentes do FBI estavam batendo à porta e apontando armas para ele.