Quando você pressiona ALT e depois a letra J no Mac, aparece um triângulo. Pois foi em homenagem a esse triângulo que os ingleses do ALT J batizaram sua banda.
As peculiaridades desse grupo de indie pop/rock não param por aí. Donos de um álbum de estreia que acabou de ganhar o Mercury Prize na Inglaterra – prêmio notório que já agraciou medalhões como Keane, Elbow e PJ Harvey – os integrantes do Alt J fazem um som tão curioso quanto o nome de sua banda.
Eles vão do experimental ao sublime em questão de segundos, e ousam com harmonias vocais complexas e arriscadas (nitidamente inspiradas em macacos velhos do underground inglês como Gente Giant). Um tempero bem vindo de folk faz a mistura do Alt J interessante de ser experimentada, e quando você ouve o disco pela segunda vez, tudo já soa muito mais natural e interessante.
Se o álbum An Awesome Wave mereceu mesmo o Mercury Prize é questionável, mas – sim – é inegável o talento desses jovens de Cambridge quando esquecem um pouco suas próprias pretensões e simplesmente se divertem fazendo o que sabem. A prova disso são as incríveis Something Good, Matilda (em homenagem à personagem de Natalie Portman no filme O Profissional), Dissolve Me e Breezeblocks.
O disco é muito bom, mas seria antológico se eles não tivessem tentado impressionar tanto.
Pequenos pedantismos como uma irritante música só à capella (Ripe & Ruin) e uma faixa final de 12 minutos (sem a necessidade de durar tudo isso) diminuem o encanto do álbum.
Mas vá sem medo. Quando eles acertam, o resultado é soberbo.
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