Já há cerca de um ano e meio, um time da Bosch instalado no Brasil está à procura de novos negócios no país. Em novembro, eles decidiram se aproximar do mundo das startups, onde enxergaram uma oportunidade de fazer aquisições e investimentos em tecnologias. Conversei com Marcos Cardoso, do time de novos negócios da empresa, para saber o que eles buscam em um investimento no Brasil.
“O investimento pode ser feito fora do que a Bosch faz no mercado. Estamos pensando no mercado brasileiro, na oportunidade no Brasil e existe todo um mundo de possibilidades”, contou Marcos. Dentro desse “mundo de possibilidades”, uma das áreas que mais interessa para a Bosch é a de tecnologia móvel.
Apesar do foco na mobilidade, Marcos afirma que a Bosch não quer entrar no mercado para competir com as grandes operadoras ou fabricantes de celular. “Acreditamos na intersecção dos serviços e da telefonia”, explica.
Além da área móvel, a Bosch procura novos negócios em outras áreas, mas Marcos prefere não divulgar quais são. Segundo ele, a empresa está procurando “uma aproximação com desafios da realidade brasileira, temos estudado bastante as classes C, D e E.”
E por “novos negócios”, Marcos não quer dizer diretamente startups. “Não tem nenhuma diretriz para que a gente trabalhe com startups, queremos buscar um novo negócio pra empresa. Pode ser com uma empresa estabelecida, uma universidade, uma startup…”, diz ele.
Encontrado o negócio interessante, Marcos diz que o interesse da Bosch é ser proprietária do negócio, ou seja, adquirir mesmo a empresa. “Fazer um joint venture com uma empresa está descartado, a associação ou o equity não estão nos planos. Queremos ou comprar a empresa ou transferir a tecnologia e assimilar os recursos”, conta o representante da Bosch. Segundo ele, após a aquisição, a gestão do negócio fica na mão da Bosch.
Por enquanto, Marcos afirma que está se aproximando mais dos investidores, procurando saber quais companhias de seu portfólio já tem uma maturidade maior, um conceito validado, uma tração comercial. Interessa à Bosch, as companhias já mais maduras que estão procurando uma saída. “Isso faz sentido e é menos arriscado, apesar de o nosso custo de entrada ser maior”, explica.