Nos últimos anos, a característica do jornalismo como empresa se tornou mais palpável e madura, já que grandes setores da sociedade perceberam que, sim, o jornalismo é uma empresa, paga impostos, tem folha de pagamento, custos altíssimos com equipamentos e que o jornal que lemos de manhã (ou no smartphone a qualquer hora do dia) é concebido por profissionais contratados, e não por um grupo de pessoas que não necessita de recursos financeiros para sobreviver.
O jornalista é um profissional e o jornalismo é uma empresa. E empresa que pretende se firmar – ou se manter – no mercado tem a necessidade de inovar seus modelos estruturais com o intuito de oferecer ao consumidor (leitor, ouvinte, usuário ou telespectador) algo com um valor (informação jornalística) agregado e, principalmente, que o diferencie dos demais “produtos” disponibilizados pelas outras empresas do ramo.
Uma empresa comercial
O jornalismo precisa acompanhar as inovações tecnológicas, porém tão importante quanto isso é observar de perto as mudanças nos hábitos e costumes do público, principalmente no que diz respeito à maneira como consomem conteúdo e se informam no dia-a-dia. Muitas empresas acabam procurando inovar em determinado setores com os objetivos errados, como investir na web apenas para manter de pé o impresso, sendo que é possível, por exemplo, inovar dentro do próprio jornal impresso.
Inovar no jornalismo significa reformular seu modelo de negócio, readaptar a forma como uma notícia é concebida (engenharia reversa na imprensa) e trazer para dentro da empresa a visão de que o jornalismo jamais irá abandonar seus princípios éticos para com a sociedade, porém a concepção de que o jornalismo é uma empresa comercial deve ficar mais tangível inclusive para os próprios jornalistas.
Cabe inovação no jornalismo? Sim, cabe. Mas a grande dúvida é: quem topa?