No passado, os diretores de filmes de ação se preocupavam em situar o espectador em cada cena. Todo movimento de camera tinha um propósito, cada composição era orientada para nos fazer entender o que se passa na tela.
Porém, nos últimos anos, o cinema de ação tem mudado completamente para um estilo de edição rápida, hiperativa e exagerada. Os blockbusters contemporâneos confundem os espectadores com camera tremida e interferências na tela – efeitos muitas vezes adicionados na pós-produção – resultando em um excesso que nos deixa incapazes de sequer reconhecer a posição dos personagens.
Isso é o que o cineasta Matthias Stork descreve como cinema baseado no caos, em um artigo escrito no blog Press Play. Stok argumenta que a única coisa que nos faz perceber algum sentido nessas cenas é a trilha sonora, e o “chaos cinema” não é restrito apenas aos momentos de ação, mas também em cenas de diálogo.
Nos dois vídeos abaixo ele compara os filmes do passado com os atuais, com um ponto de vista dos motivos dessas escolhas estéticas. O cinema do caos é popular e comercial, mas Stok também expõe exemplos de filmes que conseguem alcançar perfeita harmonia de narrativa, ação e envolvimento do espectador.
Os vídeos estão em inglês sem legendas, mas se você preferir pode ler a transcrição (também em inglês) no Press Play.
Acho esse tipo de debate fascinante, e perdi a conta de quantas vezes me cansei e passei a olhar no relógio dentro cinema por estar completamente entediado com esse tipo de cena, e que geralmente dura longos minutos. Se Terrence Malick exagera no cinema contemplativo, tem muito diretor atual pesando a mão no MichaelBay-TonyScott-style.
/via SlashFilm
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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