Na semana passada, a Amazon começou a vender livros físicos no Brasil. Nós não ficamos muito impressionados com os preços: você pode encontrar exemplares mais baratos em outras lojas virtuais, especialmente se usar um comparador de preços.
Mesmo assim, as editoras estão com medo e já discutem preços fixos para livros, a fim de conter a “concorrência predatória”.
Segundo a Folha de S. Paulo, representantes do mercado editorial preparam uma carta para entregar aos candidatos à Presidência. São grupos como a CBL (Câmara Brasileira do Livro), o Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) e a ANL (Associação Nacional de Livrarias).
Uma das propostas, ainda polêmica, é pressionar por uma lei que estabeleça um preço fixo para lançamentos: assim, livros novos teriam um valor único em qualquer loja por tempo limitado.
Em treze países, existem leis exigindo que os preços de livros sejam fixos temporariamente, incluindo boa parte da Europa ocidental, Coreia do Sul, Japão, Argentina e México. Nos países europeus, considera-se que a lei faz parte da política cultural.
Em outros países, como Austrália e Reino Unido, esta lei foi revogada há décadas para aumentar a concorrência no mercado. Nos EUA, a prática é considerada ilegal; por exemplo, a Apple fez acordo extrajudicial de US$ 450 milhões após ser considerada culpada de fixar preços (mais caros) de e-books com as editoras.
Em um estudo sobre a economia dos livros, Marcel Canoy et al afirmam que “uma lei de preço fixo pode levar a preços mais altos e a menos vendas de livros. Ela também pode prejudicar a inovação e distribuição, porém mais títulos diferentes serão publicados, e haverá mais livrarias com uma variedade diversificada de títulos”. Evidências empíricas também apontam nesse sentido.