Você está lá, tranquilamente ouvindo uma playlist ou simplesmente tocando um vídeo, quando de repente alguém sai gritando na sua tela, ou o personagem do comercial quase que implora para você não clicar no ‘pular anúncio’ que aparece dentro de 5 míseros segundos (que, nessas situações, parecem uma eternidade).
Foi nessa vibe que a agência norte-americana Nail criou o que seria um anúncio “impulável” – o personagem do comercial “pluga” um cachorrinho no que seria o espaço do botão de ‘skip ad’ e sugere que, ao clica-lo, você vai eletrocutar o bichano.
Por pior que pareça a estratégia de ameaçar o webspectador, ela deu certo: a Nail conseguiu conquistar uma taxa de visualização de 26%, o que é uma métrica muito boa, ainda mais se considerarmos que vídeos desse tipo costumam ser pulados em 94% das vezes.
Felizmente, quem se sentiu coagido a continuar assistindo foi recompensado ao se descobrir fazendo uma boa ação – a agência se propôs a doar a mesma quantia que gastar com cada anúncio assistido para uma instituição de resgate de animais. Isso, contudo, não mudou a minha impressão de que esse é um jeito ruim de convencer alguém a assistir o anúncio até o fim.
Outros comerciais do tipo também circulam pelo YouTube, gastando os primeiros 5 segundos sugerindo ou implorando que a audiência não pule aquele vídeo, como é o caso desse exemplo com Rodrigo Faro, da apresentação desse filme do Seth Rogen ou de comerciais no estilo ‘quer pagar quanto?’ como esse da Honda.
Esses segundos iniciais são mesmo importantes para prender a atenção do seu público, mas a própria descrição do vídeo da Nail manda a real: os anunciantes já sabem o que o webspectador vai assistir, o que eles acabaram de buscar no Google, de onde são, em que dispositivo estão assistindo aquele vídeo, e também sabem que o poder de pular aquele anúncio está a poucos segundos de distância. Será que não é possível fazer nada melhor do que um claro pedido de não clicar no ‘pular anúncio’ ou de ameaçar um filhotinho (ainda que a gente saiba que não, ele não vai ser eletrocutado de qualquer maneira)?
Nesse sentido, ainda acho mais bacana essa sátira do Burger King:
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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