Quando você pensa de clipes de papel, logo vem à mente uma forma específica: o design familiar com duas voltas, ponta arredondada, formato que lembra as curvas de um trombone. Mas isso é apenas uma variedade de clipe: é o “Gem”, que recebe o nome de uma empresa britânica chamada Gem Manufacturing Limited. Mesmo não estando diretamente envolvida com o desenvolvimento do objeto, ela foi capaz de comercializá-lo bem o suficiente a ponto de o seu nome ficar ligado ao item.
Há muitos tipos diferentes (e, na opinião de alguns, até melhores) de clipe de papel. E nós não temos a menor ideia de quem o inventou. É difícil, pois, com tantas formas e tantos designs diferentes, existem muitos pretendentes ao posto.
Uma teoria comum é que o clipe de papel foi inventado por um famoso caixeiro norueguês chamado Johan Vaaler em 1899. O seu pedido de patente (apresentado na Alemanha em 1899 e dois anos mais tarde nos EUA) foi de um grampo feito a partir de um “um material de mola, tal como um pedaço de arame, que é dobrado em um aro de forma retangular, triangular ou outra forma, as partes finais do pedaço de arame formando membros ou línguas que se encontram lado a lado em direções contrárias”.
Uma das ilustrações que ele incluiu no seu pedido de alguma forma se assemelha a um Gem, mas como o site do Early Office Museum (meu lugar favorito na Internet) coloca sem rodeios, “seu design não era nem o primeiro nem ao menos importante.”
O título de Vaaler como o suposto pai do clipe de papel foi-lhe dado postumamente. E, à medida que a história ganhou tons mais exagerados, ele foi acidentalmente transformado em um herói popular na Noruega. Durante os anos da ocupação nazista, o clipe de papel foi usado como um símbolo de resistência no país. Foi concebido como algo sutil: a ação de manter folhas juntas do clipe de papel servia como um lembrete de que o povo norueguês estava junto contra as forças de ocupação (“estamos unidos”).
Nos anos posteriores à guerra, a crença de que Vaaler tinha inventado o clipe começou a se espalhar. A história começou a aparecer em enciclopédias norueguesas e logo se fundiu com histórias de resistência para elevar o clipe de papel a algo próximo de um símbolo nacional.