Dia desses estava navegando e me deparei com um texto muito bem escrito e com um tema interessante: datasexuals. Comecei a pesquisar o assunto e encontrei mais de uma visão sobre o tema, onde alguns afirmam que existem pessoas que realmente sentem atração pelas informações, outros alegaram ser uma questão profunda de behaviorismo e outros ainda dizem ser apenas uma moda passageira, “assim como as mídias sociais”.
Nesse post não vou afirmar nada como verdade absoluta. Gostaria apenas de fomentar uma discussão sobre essa possível tendência e suas vertentes, afinal de contas, um dia todos precisarão de informações o tempo todo, 24/7!
A melhor definição que encontrei para o termo foi a seguinte: pessoas que estão constantemente preocupadas em compartilhar e disseminar informações, pessoais ou não, e o fazem de maneira obsessiva. É praticamente um TOC desenvolvido quando se atinge aquele nível de compartilhamento que chega a ser inconveniente, o famoso “olha o que eu to comendo” ou “indo dormir”.
Paralelamente a esse narcisismo 2.0, notei que há um comportamento semelhante, mas em vez de produzir informação esse outro padrão trabalha com o consumo da informação. Em outras palavras, se por um lado estamos viciados em postar, compartilhar, tirar foto e fazer check-ins, também não conseguimos mais lidar com o ócio, pois tiramos o smartphone do bolso e lemos alguma notícia, ouvimos música ou vemos um vídeo só para evitar aqueles 20 minutinhos na fila do banco…
Será que estamos realmente nos tornando datasexuais e levamos o termo a outro nível? Chegamos ao patamar onde temos o datasexual passivo e o ativo, onde um consome informação para passar tempo por medo de ficar desatualizado ou por neurose pura enquanto o outro usa apps que monitoram o batimento cardíaco, fazem check-ins automáticos toda vez que se conecta a internet pelo smartphone e postagens que controlam suas estatísticas durante o futebol, pois sua chuteira tem um chip e todos esses dados podem se tornar relevantes?
O problema não é floodar a timeline dos amigos ou acabar a bateria do tablet porque escutava música enquanto lia um e-book, mas a dependência que o uso impensado desses recursos pode trazer. Nós já desenvolvemos alguns distúrbios por ansiedade e acho que nossa sociedade moderna pseudo-hipocondríaca não precisa de mais problemas.
Para fechar com chave de ouro, aqui vai um texto que fala como a comunicação digital pode usar essa tendência a seu favor. É o último link que compartilho nesse post. Eu juro!