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Felipe Lourenço embarca para Amsterdã na próxima segunda-feira, mas conseguiu tirar um tempinho para conversar comigo hoje. A startup fundada por Felipe e outros dois sócios, a iClinic, foi uma das dez selecionadas para participar do processo de aceleração da Rockstart, que dura seis meses (cinco em Amsterdã e um no Vale do Silício). A iClinic montou um sistema online para que médicos administrem seu consultório.
Para ter seu nome entre os escolhidos, Felipe e seus sócios, Renato Pedigoni e Rafael Bouchabki, tiveram que ralar. Concorreram com ao menos 400 startups de todo o mundo na fase inicial e, na segunda fase, passaram por uma série de entrevistas pelo Skype. Já na condição de finalistas, eles voaram para Amsterdã, onde passaram um fim de semana com uma bateria extensa de entrevistas com mentores, que acabou em um pitch de 4 minutos sobre a empresa.
A ideia da participação no processo é adquirir conhecimento de negócios, diz ele. Enquanto em algumas startups falta o “sócio técnico”, na iClinic eles estão de sobra. “Nosso background é todo de tecnologia, então estamos buscando mais conhecimento em negócios, pra alavancar o processo e talvez captar uma rodada de investimento”, conta Felipe. Os três sócios têm formação técnica, porque se formaram no curso de Informática Médica, na USP de Ribeirão Preto (interior de São Paulo).
Até o momento, a iClinic tem sido bancada com dinheiro do bolso dos sócios e de quem já paga para usar a versão inicial do produto. O software começou a ser desenvolvido em 2010 e tem uma versão “alfa” sendo usada por alguns consultório, mas Felipe diz que o novo produto foi reescrito do zero e deve ser lançado nos próximos 30 dias.
Plataforma do iClinic, que poderá ser acessada em tablets e smartphones (Foto: Reprodução)
“A gente vem pra atender um mercado muito grande de profissionais de saúde. Inicialmente, o foco é o Brasil, mas pensamos em expandir pra América Latina, pros Estados Unidos e pra Europa”, conta o cofundador. Felipe diz que ele e seus sócios viram uma deficiência no mercado de clínicas e consultórios ainda durante a faculdade.
“Hoje, no Brasil, não temos nenhum grande player que domine o mercado de software de sistemas online para consultórios. Todos são players off-line, de dez anos atrás, que não acompanharam a evolução da internet”, diz. “98% do mercado é offline e os médicos reclamam que não há atualização do software.”
A ideia da iClinic, conta Felipe, é pegar essa necessidade da administração do consultório e transformar em algo simples de usar. Trata-se de um aplicativo baseado na web, sem taxa de instalação e que armazena as informações do usuário na nuvem. “Ali, ele já tem as consultas, os prontuários eletrônicos, e pode acessar isso de qualquer aparelho”, explica. O sócio conta que a iClinic também pensou nas secretárias que precisam manusear o sistema e buscou torna-lo mais simples, caso elas não tenham tanto conhecimento de tecnologia.