A Dropbox, queridinha entre os serviços de backup e sincronização de dados, deve explicações aos seus usuários. Por muito tempo a empresa afirmava que os dados enviados para seus servidores são completamente seguros e não existe qualquer hipótese de outra pessoa que não seja o dono do arquivo acessá-lo. No entanto, um pesquisador descobriu que as coisas não são bem aí.
Christopher Soghoian, estudante americano de doutorado, iniciou uma reclamação formal junto à Federal Trade Commission para que essa curiosa afirmação de que os dados são superprotegidos seja averiguada. De acordo com o estudante, a prática comercial (e publicitária) da Dropbox merece ir a escrutínio público.
Dropbox utiliza aquilo que nós chamamos de hash para analisar o conteúdo dos arquivos enviados pelos usuários. Caso ele seja igual ao de outro arquivo que já existe nos servidores da companhia, a Dropbox não faz o novo upload, mas ainda assim adiciona o arquivo à lista de documentos do usuário. É como se, ao tentar enviar o alice-no-pais-das-maravilhas.pdf (nome fictício, ok?), o servidor detectasse que já existe um arquivo com o mesmo hash e evitasse a duplicidade de documentos iguais.
Para o estudante, funcionários da Dropbox poderiam muito bem visualizar o conteúdo dos arquivos. Cabe lembrar que a empresa é a única detentora das chaves para criptografar e depois reverter o processo de criptografia dos documentos.
Em tese, de nada adianta que os servidores passem por encriptação AES 256 (considerada a mais poderosa do mercado com uso em larga escala) se os arquivos podem ser visualizados.