O CEO da Netflix, Reed Hastings, disse na noite de quinta-feira (30) que as operadoras de banda larga deveriam repartir a receita das assinaturas mensais com os provedores de conteúdo, entre eles a Netflix. Hastings deu uma resposta às teles que, também na quinta-feira, manifestaram-se a favor do repasse dos valores obtidos por serviços como YouTube e Netflix para financiar a infraestrutura de internet. “Eles que deveriam nos pagar! Nós levamos o conteúdo até os assinantes deles”, afirma Hastings.
Assunto polêmico, a neutralidade na rede faz parte da proposta de Marco Civil da Internet, o documento que funcionará como a Constituição para a grande rede. Segundo Hastings, é fundamental que a neutralidade se mantenha. Entretanto, o executivo, que fundou a Netflix há 15 anos, admite que discussões acerca da neutralidade acontecem não só no Brasil, como também nos Estados Unidos e países da Europa.
Hastings também falou ao Tecnoblog sobre a nova legislação da Ancine (Agência Nacional de Cinema), que pretende cobrar mais dos serviços de streaming como aquele que lidera. “Ainda é preciso esperar. Esse mercado está se desenvolvendo ainda. Precisamos da inovação que está por vir”, defende o executivo. Existe a informação de que a Netflix seria obrigada a pagar até R$ 21 milhões para transmitir aos assinantes filmes brasileiros em seu catálogo. “O que você acha disso?”, perguntou-me o executivo, complementando em seguida: “Eu acho que está muito caro.”