Segundo uma reportagem do New York Times, o Facebook está interessado em não apenas ser um veículo de mídia, mas também uma ‘hospedagem’ para conteúdo inédito.
A rede social estaria interessada em convencer as publicações – sejam revistas, jornais ou sites online – a postarem diretamente no Facebook, exibindo o conteúdo de uma determinada seção, por exemplo, dentro da própria rede social, ao invés do site do jornal. Assim, o Facebook se encarregaria dessa ‘hospedagem’ do conteúdo, bem como da sua apresentação para dispositivos móveis, que pode ter uma experiência mais agradável que muitos sites de jornais ou revistas.
A contrapartida para as publicações seria não precisar se preocupar com picos de acesso, e dividir a renda dos anúncios da página com o Facebook. Para David Carr, isso traz um sério problema:
“Se o app mobile do Facebook hospedar as páginas das publicações e intermediar a relação com os consumidores, boa parte dos dados sobre o que eles [os consumidores] fizeram e a sua experiência de leitura seriam propriedade da plataforma.
As empresas de mídia se transformariam basicamente em vassalos em um reino que o Facebook domina”, alerta ele.
No entanto, ele também pondera que, para quem trabalha com produção de informação, o Facebook ainda é a maior fonte de acessos hoje em dia, e não pode ser desprezado.
“Temos um papel cada vez mais importante em como as pessoas encontram as notícias que elas leem todos os dias, e nos sentimos responsáveis para trabalhar com as publicações para chegar a uma experiência que seja a melhor possível para os consumidores. E queremos e precisamos que essa seja uma boa experiência também para as publicações”, esclarece Chris Cox, diretor de produto do Facebook.
David Bradley, proprietário e diretor da Atantic Media Company, pondera que a discussão talvez seja outra. “Será que a disputa entre plataformas e empresas de mídia, que acontecerá em breve, é uma real ameaça para o jornalismo? Pelo menos no Vale do Silício, a resposta que mais ouvi é que ‘sim’”, provoca ele.
Vale a pena ler a matéria na íntegra no NYT.
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
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