A segunda temporada de Game of Thrones acabou, agora só em abril de 2013 saberemos como continuará a guerra pelo Trono de Ferro. Nesses dez episódios, a série da HBO baseada na obra de George R. R. Martin alcançou um recorde não tão invejável: a mais pirateada da temporada, com sérias chances de ser a mais do ano.
O TorrentFreak levantou a média de downloads por episódio. Game of Thrones lidera com cerca de 3,9 milhões, número que rivaliza com o de telespectadores pagantes, que viram pela TV, que ficou em 4,2 milhões. É, de longe, a menor diferença proporcional entre downloads e telespectadores “convencionais” e mais de um milhão a mais de downloads do que o segundo colocado, a sitcom How I Met Your Mother. E detalhe: o número da pirataria contabiliza apenas downloads via Torrent; some aí a distribuição por pen drive entre amigos e os sites/blogs de download, e ele deve ser bem maior no fim das contas.
Os fatores básicos que levam as pessoas a piratear Game of Thrones estão todos lá: atraso na exibição em alguns países, como Austrália; dificuldade de obter os episódios depois que eles vão ao ar, como demonstrou o Oat Metal com seu humor habitual; e, claro, a qualidade indiscutível da série — roteiro, elenco e produção impecáveis — que despertam o interesse e a curiosidade nas pessoas. Mas há um extra, nos EUA, que colabora decisivamente com esses números.
Diferente de outros estúdios norte-americanos, a HBO é um tanto restrita com suas séries. Você não consegue assistir essa e outras no Hulu, iTunes Store, DVD/Blu-ray e outros locais do tipo a menos que espere alguns meses. O HBO Go, aplicativo para dispositivos móveis que dá acesso aos episódios, só está disponível para quem tem TV a cabo. Surgiu inclusive um movimento, o “Take My Money, HBO!”, que pede para que o app seja liberado para assinatura exclusiva, ou seja, sem estar atrelado à TV a cabo. Apesar do relativo barulho, Dan Frommer explica por que isso provavelmente não irá acontecer.
É mais um exemplo de como a questão da pirataria não é binária, de como há muitos nuances entre a condenação rasa e precipitada e a liberação indiscriminada. [TorrentFreak via The Verge]