Antes mesmo de a Mobile World Congress abrir as portas aqui em Barcelona — ou derrubar os panos negros que impedem a vista dos estandes na Fira Gran Via, onde acontece o evento — a Huawei convidou jornalistas para mostrar hoje seu novo smartphone. E o Ascend P2 é provavelmente o melhor celular que a empresa chinesa já fez.
Ok, o trabalho não era tão árduo: faz pouco tempo que a empresa tem feito celulares que chamam a atenção, como o Herói e o Ascend P1. Mas depois de me deparar com o Ascend Mate na CES, um aparelho exagerado demais, pensei que os chineses podiam ter perdido o rumo. Aparentemente, eles deixaram o melhor para Barcelona — e há uma razão para isso, mas conto já já.
Antes, o que faz com que o Ascend P2 seja tão interessante?
Há, logo de cara, o design do aparelho. Ele é sem dúvida alguma o aparelho mais elegante que a Huawei já fez. Apesar da traseira ainda ser de um plástico um pouco questionável, o Ascend P2 é sóbrio, bonito e sem exageros. A tela de 4,7 polegadas e resolução de 720p brilha um bocado, e o peso de 122 gramas completa o pacote de bons acertos do celular.
Ele não é o mais fino da categoria — tem 8,4mm de espessura — mas há um motivo para isso: segundo a Huawei, este é o limite de espessura para um aparelho ter um sensor de 13 MP na câmera. E, nos testes rápidos, ela parece oferecer bons resultados — mas está longe de ser a mais rápida do mercado na hora dos disparos, mesmo com um processador quad-core cuidando de tudo.
Por baixo do capô, uma série de pequenas novidades faz com que a Huawei se empolgue bastante com o aparelho: primeiro, o LTE do aparelho é categoria 4. Mas o que diabos isso significa? Bem, os aparelhos mais recentes com LTE, como o iPhone 5 e o Galaxy S III, usam a categoria 3. Isso significa que o limite de velocidade deles é de 100Mbps, enquanto o Ascend P2 pode alcançar até 150Mbps. Uma vitória que, para o usuário comum (ainda mais brasileiro), parece fazer pouca diferença nos próximos anos.
Já uma novidade mais empolgante para qualquer continente que use smartphones é a bateria do Ascend P2: ela tem 2420mAh. Se isso não for bastante para que ele sobreviva por dois dias, aí eu desisto de vez da tecnologia atual de baterias. Aguardemos testes mais aprofundados para ver como ela se sai, mas o número é realmente empolgante — e a Huawei já fez um aparelho com bateria das boas, lembra?
Mas o motivo para a empolgação da Huawei não é só pela consolidação no mercado ou por provar que os chineses sabem fazer bons celulares. Ela também está empolgada com o mercado europeu: o Ascend P2 chega no segundo trimestre custando 399 euros, bem menos do que a média de aparelhos desbloqueados por aqui. Além disso, ela firmou parceria com a Orange, uma das maiores operadoras do continente, para empurrar mais a marca ao consumidor final.
Pra nós, resta saber se o Brasil também empolga a Huawei de alguma forma. Ela tem lançado poucos aparelhos por aqui e tem dificuldades de ganhar espaço. Mas se um aparelho como o Ascend P2 chegasse por aqui a um preço bem aceitável, como eles farão na Europa, não seria nem um pouco estranho recomendá-lo por aí.