Já escrevi aqui no blog sobre empreendedores e homossexualidade, levantando como o caso de Tim Cook, novo CEO da Apple, estava inspirando gays de todo mundo a empreender. Deparei-me com um artigo muito interessante da revista Inc. sobre o tema, intitulado “Are gay people better entrepreneurs?” (Os homossexuais são melhores empreendedores?).
Nele, a repórter Issie Lapowsky levanta alguns dados interessantes sobre ser homossexual e empreender. O Wall Street Journal, por exemplo, divulgou que não há um único CEO assumido dentro da lista da Fortune 1000 – lembrando que, apesar de muitas fontes afirmarem que Cook é gay, ele nunca falou abertamente sobre o tema.
No artigo, Issie afirma que muitos executivos enrustidos preferem buscar carreiras como empreendedores a temer que sua orientação sexual possa afetar seu crescimento dentro da empresa – em 29 estados americanos, ainda é legal demitir um funcionário por ser gay. Mas será que homossexuais dão melhores empreendedores?
Issie menciona uma pesquisa realizada pela University of Southern California, intitulada “The G Quotient: Why Gay Executives are Excelling as Leaders” (O coeficiente G: por que executivos gays estão se superando como líderes). O estudo durou cinco anos e foi publicado em 2006. Foi produzido por meio de entrevistas com gerentes e funcionários de 2.000 empresas. A conclusão? Funcionários que trabalhavam sob a tutela de chefes homossexuais reportaram 25% a mais em engajamento no trabalho. “O que eu descobri é que líderes gays valorizam seus funcionários como um todo, porque eles mesmos já experimentaram a situação de ser julgado apenas por um aspecto de suas vidas”, afirmou o professor Kirk Snyder, coordenador da pesquisa. “Todos que saíram do armário já passaram pelo processo de navegar por um território inexplorado e tentando evitar problemas. É uma habilidade desenvolvida que com certeza é um incremento a inteligência empreendedora.”
Ainda no tema empreendedorismo e homossexualidade, o artigo cita uma importante ferramenta para esse público. Para quem é assumido, mas ainda precisa de algum tipo de orientação, existe o site StratOut.org, uma rede de networking que apoia empreendedores homossexuais. Fundado em 2008, atualmente essa rede possui mais de 3.000 membros em São Francisco e Nova York. Seu fundador, Darren Spedale, acredita que, quando empreendedores compartilham mais de uma característica em comum, seja gênero, raça ou orientação sexual, eles fazem conexões mais profundas e estão mais inclinados a se ajudarem.
E vocês o que acham? Ser homossexual pode ajudar na hora de empreender? Há habilidades que adquirimos por pertencer a um determinado grupo?