Se o cliente tem uma necessidade, imagina quantas tem o ser humano. Saca?
Tenho pra mim que ideias são baseadas em pessoas. O que faz o mundo andar? Pra mim é uma coisa, pra você é outra. Quando se concebe algo que diminui essa distância entre o eixo do meu mundo e o do seu, temos um movimento muito mais forte, um encontro real, afinidade viva. Por isso faz sentido nossa possível paixão em comum por Coca-Cola, Google, bolo de cenoura com chocolate, beijo na boca, mesa de bar, voltar pra casa, falar da vida alheia, Man vs. Food, Tulipa Ruiz e afins.
Mas pra chegar nisso há um calvário, principalmente num mundo onde praticamente tudo já foi criado. Tenho uma teoria pessoal que existem apenas quatro possibilidades de produção: imagem estática, imagem em movimento, texto e áudio. A partir daí, você junta, cruza, mistura, espreme esses itens como lhe convir pra realizar seja lá o que está pensando. Ou que pensaram por você (embora essa seja uma forma completamente idiota de trabalhar, a vertical).
O que existe de novo são formas de lidar com essa produção. Isso tem a ver com tecnologia e descarte de parte da necessidade da proximidade física para executar projetos, mas a mudança real ocorre na relação humana, no tangir da criação de um com a leitura que o outro faz disso, na forma que a gente procura o ponto ideal entre o pensar, o querer, o realizável e o que sensibiliza, atinge, conquista ou, a melhor opção de todas, une as pessoas.
Realizar é transcender. É, quando preciso, se esmurrar, bater boca, exaurir os envolvidos, chegar no limite, mirar o ser humano, trabalhar de verdade e, enfim, botar onde cabe pro mundo tomar conhecimento daquilo. Tem a ver com parir, mas isso é sagrado demais, não comparo.
Realizar não é encomendar.
(me veio essa reflexão a partir do vídeo abaixo, que a Aninha Mangeon, head of story da colmeia, enviou hoje pro OT, prolífico grupo de emails da casa)
Post originalmente publicado no Brainstorm #9
Twitter | Facebook | Contato | Anuncie