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Negócios Globais: A importância das Missões Internacionais


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Dando sequência ao tema criando Negócios Globais, iniciado aqui, vamos falar agora sobre a importância das Missões Internacionais, como elas podem acelerar a busca por parceiros, investidores, mentores ou mesmo para ampliar sua base de relacionamentos e ajudar a validar sua ideia ou seu produto.

Para isso, o Startupi conversou com Maria Rita Spina, diretora da Anjos do Brasil, que está organizando uma Missão para Israel e com Raquel Kibrit, Gerente de Investimentos do Consulado Britância/UKTI, que está organizando uma Missão para Londres.

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Maria Rita Spina – Anjos do Brasil                 Raquel Kibrit – Consulado Britânico/UKTI

Qual a importância e benefícios para o empreendedor ou investidor anjo em conhecer outras culturas, mercados e ampliar sua visão de negócio e networking?

Maria Rita: O Brasil ainda não pode ser considerado um mercado inovador e maduro, estamos em curva de introdução no Investimento em Capital Empreendedor e em empreendedorismo de alto crescimento, assim o contato com outras culturas e mercados é fundamental para que o Investidor e o empreendedor possam entender quais são as boas práticas e quais são os melhores caminhos para ter sucesso em suas atividades. Uma visão diversa e cosmopolita é fundamental para negócios inovadores, ampliando os horizontes.

Raquel: O empreendedor ou investidor que atua em mercados internacionais amadurece sua visão e seus negócios no Brasil. Ele vê seus pontos fortes, seus pontos fracos e, com visão de outras culturas e networking, pode superar seus desafios com maior agilidade, seja no Brasil ou no exterior. Também é possível capitalizar melhor as oportunidades e lidar com os timings de mercado, trabalhando lado a lado com seu competidor internacional. Outra vantagem que o empreendedor e o investidor têm ao atuar em mercados internacionais é a chance de trabalhar melhor o risco Brasil.

Quais são as principais diferenças em realizar uma viagem sozinho (por conta própria) versus participar com um grupo em uma Missão, com uma agenda customizada?

Maria Rita: Cada região e ecossistema empreendedor tem seus agentes mais relevantes e características que tornam os contatos mais ou menos produtivos ao longo do tempo. Participar de uma Missão realizada por uma organização relevante, como a Anjos do Brasil e Abvcap, possibilita que as visitas e reuniões sejam efetuadas com empresas e pessoas que realmente podem agregar valor aos participantes. Além disto, a Missão tem um objetivo e cada sessão e visita estão organizados em temas que se complementam. Os ganhos tanto em termos de conteúdo como de networking geralmente são bem maiores ao se viajar em uma Missão. Além dos contatos internacionais a Missão também possibilita um networking e troca de conhecimento muito valiosos entre os participantes. Naturalmente uma viagem solo pode também ser muito produtiva, mas será necessário muito empenho e planejamento do participante para conseguir montar a mesma.

Raquel: Quando se viaja sozinho, a agenda é elaborada pelo viajante e os encontros ficam por conta do interesse de quem vai recebê-lo em dedicar tempo para você. Já na viagem em missão, além das oportunidades de networking com o próprio grupo, são feitos contatos que muitas vezes um viajante sozinho não conseguiria realizar. Fora isso, a missão com componente de customização permite que atividades conjuntas tragam conexões de alto nível enquanto as atividades exclusivas entregam os objetivos individuais de cada participante. Quando uma missão é organizada pelo Consulado Britânico e UKTI por exemplo, ela conta com o apoio de várias entidades e parceiros no Reino Unido. Isso permite que sejam abertas várias portas em empresas, universidades e entidades de inovação para realização de reuniões e visitas, gerando muito mais resultados para o participante, em menos tempo. Desta forma, o viajante não perde tempo afinal quanto mais dias demorar fora do Brasil mais caro sairá uma viagem. Voltar com resultados é mais importante em uma Missão e isso é nosso foco principal quando oferecemos apoio antes, durante e após a viagem.

Existe um estágio ideal ou maturidade ideal do empreendedor, do investidor ou do próprio negócio para participar de uma Missão Internacional?

Maria Rita: A missão Israel é destinada a investidores anjos e gestores de fundo de investimento, podendo ser pessoas que já investem ou que tem potencial para investir, mas ainda não iniciaram a atividade. Como toda atividade, esta exige uma série de conhecimentos que a tornem mais eficaz, e o contato com ecossistemas ativos e maduros permite que o investidor tenha uma visão mais ampla de como definir sua tese de investimento, quais as tendências e oportunidades e melhores práticas que é muito útil e um diferencial para ter um resultado positivo no investimento. O mesmo vale para missões destinadas a empreendedores.

Raquel: Não existe um estágio ideal, já que cada perfil de participante pode buscar um objetivo estratégico diferente. Quanto mais madura estiver a estratégia internacional do participante, maior será o retorno da missão. Basta um exercício simples: ‘Quais são os objetivos que eu quero atingir com a viagem? Busco parceiros, investidores ou quero apenas conhecer um novo mercado para me inspirar em aperfeiçoar meu produto? Como posso personalizar minha agenda, já que estarei com um grupo de pessoas que podem ter interesses distintos e ser de segmentos diferentes? Como o inglês é a língua dos negócios, é importante que os participantes da missão tenham um bom nível de proficiência da língua inglesa para poderem se comunicar.

Quais as vantagens em conhecer outros Polos de Inovação além do Vale do Silício? 

Maria Rita: O Vale do Silício é uma referência para os ecossistemas do mundo, por seu dinamismo e inovação e temos muito a aprender com eles. Mas não é a única possibilidade de desenvolvimento de empresas inovadoras e investimento em Startups, e certamente, possui várias características que são muito diferentes das do Brasil. Conhecer outros ecossistemas e possibilidades permite ao investidor estudar diferentes modelos e escolher qual o mais apropriado para si mesmo e para o Brasil. Israel é considerado o segundo ambiente mais inovador do mundo e sua indústria de capital empreendedor é extremamente desenvolvida. Ao mesmo tempo, é um modelo bastante distinto do Vale, o que possibilita uma visão mais ampla e diversa. E diversidade sempre agrega valor!

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Raquel: Cada polo de inovação oferece suas vantagens. O Vale do Silício é um vale de fornecedores de tecnologia. A empresa que se instala lá deve buscar clientes em Chicago, Seattle, Nova Iorque. Isso requer muitas viagens. O Reino Unido possui excelentes conexões com os EUA, Europa e Ásia.  A empresa brasileira que se instala em território britânico tem acesso a essas conexões. O País, além de ser o maior polo de TI da Europa, reúne fornecedores e clientes que representam 70% das sedes das empresas europeias num território do tamanho do Estado de São Paulo. Londres é a capital. A Tech City é o coração do ecossistema de TI na cidade e sede de mais de 1400 empresas que vão desde startups até grandes players como IBM, Google e Microsoft. Além de ser uma comunidade vibrante e em constante crescimento, Londres é sede de grandes multinacionais (europeias e globais) e o potencial de geração de negócios não tem limite: é o maior centro financeiro do mundo, com um mercado ultra desenvolvido, trabalhando em conjunto com os players de TI para lançamento de tecnologias de ponta. Medtech, Adtech, Big Data, Fintech, Mobile, SAS, Games e Animação… essas são algumas das verticais mais conhecidas. O mundo todo já está lá fazendo os negócios, só falta o Brasil.

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Quer saber mais sobre as Missões Internacionais para Israel e Londres, acesse: www.anjosdobrasil.net e www.even.tc/londonmission. Continuaremos explorando este tema por acreditar que para o empreendedor brasileiro é extremamente importante pensar em construir Startups globais desde o primeiro dia, acompanhe aqui no Startupi.

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