Todo mundo sabe: o ser humano resiste a mudar de ideia. Mesmo pessoas reconhecidamente inteligentes e sensatas às vezes se mantêm cegas às evidências só para não admitir que estão erradas.
Quem trabalha com gestão empresarial, principalmente em cargos de chefia, tem de lidar o tempo todo com esse tipo de postura defensiva (o que é diferente de estar convicto de uma opinião divergente).
Para tentar lançar luz sobre a questão, a colunista Jessica Stillman, do site da revista Inc., descreve um experimento conduzido por psicólogos com dois grupos. De um lado, ouvintes passivos foram submetidos a um discurso de persuasão. De outro, voluntários foram solicitados a defender posições que não eram as suas. Quando se comparou o índice de conversão, verificou-se que foi muito maior no segundo grupo.
O esforço de procurar argumentos logicamente fundamentados revelou-se um exercício eficaz de autoconvencimento, talvez porque, ao escolherem esses argumentos, as pessoas selecionem aqueles que mais as impressionam. Outra pesquisa já havia mostrado que fumantes largam o cigarro com mais facilidade quando levados a discorrer sobre os malefícios do tabagismo do que quando simplesmente ouvem a respeito.
Trazendo de volta a questão para o ambiente corporativo, Stillman sugere a adoção de exercícios como esses entre os funcionários. Diante de um impasse, pode-se pedir que esqueçam momentaneamente suas convicções e tentem encontrar argumentos do “outro lado”, nem que seja apenas para destravar a conversa.
Crédito da imagem: Cory Doctorow/Creative Commons