Grande parte dos sistemas planetários é formada por alguns super-planetas rochosos que orbitam extremamente próximos de suas estrelas centrais, o que faz com que nosso sistema — formado por múltiplos corpos distantes — seja meio estranho. E de acordo com um nova pesquisa, a culpa é toda de Júpiter.
Normalmente, sistemas planetários são tipificados por corpos gigantes próximos da estrela central — mais próximos do que Mercúrio está do Sol. A falta de qualquer super-planeta próximo ao Sol sempre intrigou cientistas, e agora uma equipe de pesquisadores liderada por Konstantin Batygin e Gregory Laughlin acredita saber o motivo. Pelo menos em teoria.
Em um estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, a dupla de pesquisadores mostrou uma série de cálculos de acordo com o modelo de Grand Tack, que propõe que Júpiter foi puxado em direção ao Sol depois de ter se formado, bagunçando o cinturão de asteroides e a poeira cósmica com sua força gravitacional e afetando a formação dos planetas próximos ao Sol.
Ao alterar a órbita dos planetas em crescimento, Júpiter causou uma reação em cadeia de colisões e destruições — do mesmo tipo que que ocorre com detritos espaciais e satélites ao redor da Terra hoje. A maioria destes detritos entrou em espiral em torno do Sol, deixando material para formar um anel com pequenos planetas, também conhecidos por Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.
Assim que fez toda essa sujeira, Júpiter alcançou Saturno e os dois voltaram a suas respectivas órbitas.
“Os resultados implicam que nossos planetas se formaram depois que a migração de Júpiter deixou o terreno limpo para a formação de objetos com pouco gás”, diz Batygin. “O fato que todas as características do sistema solar surgiram de um mesmo processo é animador — é como se as peças do quebra cabeça estivessem finalmente caindo no lugar certo”. [EurekAlert]
Imagem de capa: dcysurfer/CC
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