Do mais caro smartphone ao celular mais simples, todos têm algumas coisas em comum. Eles trocam mensagens, fazem ligações e, nessas, identificam o número de quem está ligando, tem um “bina” incorporado. Um brasileiro alega ser o inventor do mecanismo e, há vários anos, processa um punhado de empresas do setor da telefonia na esperança de receber os royalties que, se pagos, podem chegar à casa dos bilhões. Quem é esse senhor?
Nélio José Nicolai nasceu em Minas Gerais, tem 71 anos e, no final dos anos 1970, trabalhava para a Telebrás em Brasília. Foi lá que, em 1977, ele começou a moldar o que seria o bina, sigla de “B identifica o número de A”.
O bina não chamou muito a atenção da Telebrás. Motivo?
“A Telebrasília não o incentivou a desenvolver a ideia por uma razão que hoje pode parecer piada: a estatal achava que identificar o número de quem fazia a chamada seria uma invasão de privacidade.”
Mesmo assim, o primeiro protótipo foi feito (com o auxílio de uma calculadora) e a patente, registrada no Inpi em 1980. O sucesso na mídia veio em 1982, quando Nicolai instalou quatro binas mais robustas em uma central dos bombeiros, após convencer vários deles que moravam no mesmo prédio a fazerem um teste para amenizar o problema dos trotes.
Nicolai aposta tudo, incluindo seus apartamentos e “cotas” das indenizações que espera receber, em vitórias nas ações que ajuizou contra operadoras e fabricantes de aparelhos telefônicos — inclusive celulares. Estima-se que se ele ganhar todas elas, o valor a que teria direito chegaria perto dos R$ 200 bilhões, tornando-o o homem mais rico do mundo com folga. A questão é um tanto delicada, mas a (ótima) matéria da Galileu, no link ao lado, dá todos os detalhes. [Galileu]