Sou jornalista e estou terminando uma pós-graduação em mídias digitais. Durante todo esse período da minha carreira – quase dez anos – sempre fui muito resistente às mídias sociais. Sempre considerei que era tudo puro instrumento de exibicionismo e fofoca, além de mostrar uma realidade que as pessoas não tinham. Porém, hoje vejo o poder dessas mídias na mobilização, no conteúdo e o efeito que elas possuem nas pessoas.
É normal que o homem contemporâneo busque uma realidade ampliada, pois ele quer o que falta hoje em dia: relacionamento, afeto, fugir da vida dura que se tem. E essa fuga pode se resolver criando uma vida paralela nas mídias sociais.
Mesmo resistente, tive conta no Orkut, um blog e fiz um perfil no Facebook um pouco antes de começar a pós. Minha ideia não mudou muito: ainda vejo vidas maravilhosas, fofocas, pessoas que você conhece pessoalmente e que são irreconhecíveis no mundo virtual… porém também vejo muitos pontos positivos. Positivos como quando as pessoas e as marcas podem mobilizar os outros por causas boas, como conteúdos de boa qualidade podem chegar mais rápido e a mais gente, como pessoas que não têm voz podem ter e resolver seus problemas… quão grande é o efeito de mobilização dessas mídias.
Tenho lido bastante como o jornalista tem que se adaptar a essas novas mídias. Sinceramente, acho que o jornalista já é adaptável, mutável. Teremos sempre que nos preocupar com o conteúdo de qualidade, com a informação verdadeira e checada, seja em qual mídia for. Essas mídias serão nossas fontes de informação e nossos novos meios de comunicação. Continuaremos a observar de tudo, aprendendo de tudo um pouco, ouvir histórias, ajudar os outros.
O jornalista é jornalista, sendo ele digital, de jornal, TV ou rádio. Ele continuará sendo um profissional multimeios. Com a facilidade da tecnologia e de mídias integradas isso poderá acontecer de qualquer lugar: do papel para a tela de um celular a informação vai chegar a quem deve. Um jornalista digital não é diferente de outro, assim como de nenhum outro profissional de comunicação. O que acontece agora é que estamos nos adaptando à peculiaridade de um novo meio. Sua profissão é inerente, não importando a plataforma.
Por Monique Baraúna, jornalista, pós-graduanda em mídias digitais.